Enderson completa um mês de Ceará com evolução e novo conceito

Técnico aceitou o desafio de reassumir o clube e conseguiu bons resultados no início da temporada, dentre classificações na Copa do Brasil, liderança no Campeonato Cearense e a manutenção da invencibilidade em 2020

Legenda: O desempenho do Ceará melhorou sob o comando do técnico Enderson Moreira. Desde o retorno a Porangabuçu, o Vovô apresenta 67% de aproveitamento
Foto: Foto: Felipe Santos/cearasc.com

A nova era de Enderson Moreira em Porangabuçu completou um mês. O técnico reassumiu a missão de comandar o Ceará com a saída de Argel Fucks e apresenta um saldo positivo. Na conta, classificações seguidas na Copa do Brasil - contra Bragantino/PA e Oeste/SP - e aproveitamento de 67%. O detalhe: tudo isso ainda invicto em 2020 e com a liderança do Campeonato Cearense.

Do período, iniciado no dia 10 de fevereiro, o Vovô apresenta quatro vitórias e quatro empates. Os números são sinônimos de evolução. Para além do resultado, o conceito tático do elenco mudou e cresceu em protagonismo, domínio de posse e controle do jogo.

A explicação está na compactação do time e também na origem dos gols. Com Enderson, o plantel busca a organização ofensiva para balançar as redes, momento do jogo em que a equipe tem a bola e se posiciona para o ataque.

Dos 13 tentos produzidos com o treinador, por exemplo, 10 foram construídos dessa maneira, o que totaliza 76,9%. O caso mais emblemático foi na vitória contra o River/PI, quando os quatro gols vieram de movimentação no último terço do campo, principalmente com infiltrações na grande área adversária.

O restante surgiu em duas ocasiões de bola parada e uma de transição ofensiva, quando os atletas se movimentam em velocidade e conseguem alcançar a meta rival sem muita rotação: o exemplo clássico é o gol de Rafael Sóbis, após lançamento de Samuel Xavier, que garantiu o triunfo sobre o Atlético/CE no domingo (8).

A análise em si configura um novo Ceará. Mesmo que ainda haja dificuldade para manter a intensidade nos 90 minutos, os jogadores trabalham sob uma ótica de orientação que requer um futebol ofensivo e envolvente, algo diferente de Argel Fucks: a estratégia era reativa e apostava no contra-ataque como arma.

“A evolução, a gente acompanha em termos de ideias do que acho e penso. É claro que não tivemos uma semana aberta para colocar mais em prática e treinar as variações. O que me deixa esperançoso é que essa equipe tem muito a crescer ainda. É uma questão de tempo, são passos pequenos, mas consistentes. Para continua criando boa situação de gol”, analisou Enderson Moreira em entrevista ao Sistema Verdes Mares.

O detalhe é que tudo ocorre dentro do esquema 4-2-3-1, o mesmo da última temporada e preferido de Argel. As mudanças então perpassam o coletivo, são de filosofia. E tem influência também no sistema defensivo: o plantel inicia a marcação com os atacantes pressionando a saída de bola, por vezes alternando a formação para 4-4-2.

Assim, atletas preteridos ganharam espaço como o próprio volante Fernando Sobral. Avaliado no começo da temporada como opção de contenção, o jogador tem sido utilizado por Enderson mais adiantado, em trio de meias que circunda o centroavante.

O panorama assim é de um começo promissor. Aos poucos, o Ceará ascende e melhora para o decorrer do ano.