Ceará precisa superar sina do empate para vencer com autoridade em 2020

Vovô ainda não perdeu na temporada, mas sequência de resultados iguais e a falta de vitórias têm colocado em xeque o investimento no plantel alvinegro. Time de Porangabuçu deve encontrar soluções rápidas para diminuir pressão

Legenda: Rodrigão marcou o primeiro gol na temporada no duelo contra o Caucaia, pelo Campeonato Cearense
Foto: Foto: Thiago Gadelha / SVM

A cultura do empate é um ponto que assola muitos clubes em diferentes períodos. Vencer, o objetivo do jogo, exige mais. E o caminho de transformação vai além da análise tática, é também psicológica. Essas são as respostas buscadas pelo Ceará em 2020: o time da Série A do Brasileiro que mais empatou na temporada, com sete de 10 jogos disputados - o Sport, também da elite, empatou sete das 12 partidas realizadas.

A preocupação, principalmente do torcedor, é válida pela construção desses resultados. Aceitar o baixo rendimento e até a invencibilidade contra equipes de menor expressão não faz parte do protagonismo que o Vovô buscou assumir na temporada. É evidente que o trabalho está no começo, mas a mágoa alvinegra é extensa, maior que o curto espaço de trabalho de Enderson Moreira.

Em campo, por exemplo, a equipe marcou 13 gols e sofreu 10 desde o início do ano. Em sete partidas teve a defesa vencida - 70% das vezes - contra Fortaleza, Bahia, Freipaulistano/SE, Ferroviário, Bragantino/PA, Oeste e Botafogo/PB.

O detalhe é que o setor surge efetivo no ataque. O artilheiro da equipe é o zagueiro Klaus, com três gols em bola aérea. O companheiro Luiz Otávio e o lateral-direito Samuel Xavier apresentam um tento cada, o que já é mais que todo o escopo de atacantes contratados e remanescentes.

A esperança de Camisa 9, Rodrigão, desencantou após cinco exibições. Rogério e Sóbis, todavia, nem sequer balançaram as redes - Leandro Carvalho tem um, assim como Bergson.

No fim, o processo de maturação deve ser investigado, da insistência do esquema 4-2-3-1 aos centroavantes inoperantes. Porque há dilemas vitais em Porangabuçu.

Desde que alcançou a elite nacional, as igualdades são quase metade das partidas do Vovô. Em 2018, o time venceu 29 e empatou outros 26 jogos. Já no último ano, foram 22 triunfos e 21 derrotas.

Segurar o resultado

A derrota é distante do Ceará, mas o salto de qualidade é um atributo ofertado apenas na superioridade.

Dominar as ações é uma das características das equipes de Enderson Moreira, que sempre armou esquemas organizados e ofensivos. Falta então o passo a mais. A mudança de postura que envolve firmeza para atacar, romper a monotonia e também defender sem displicência. O equilíbrio inexistente.

Com um escopo apenas de 2020, o panorama tornou-se mais nítido. Diante do Freipaulistano/SE, pela Copa do Nordeste, a equipe aplicou 2 a 0 com 20 minutos e não teve força para sustentar o placar.

O roteiro se repetiu no último duelo, frente ao Botafogo/PB. Por dois momentos, marcou e viu o rival empatar na sequência. Sem contar o confronto com o Ferroviário, pelo Estadual, quando empatou aos 43 do 2º tempo - saiu da etapa inicial perdendo.

O diagnóstico é o de um time com arsenal limitado e que não consegue manter-se vitorioso. Ampliar o placar foi algo que ocorreu apenas em uma ocasião. É preciso reagir antes da pressão.