Bastidores do Clássico-Rei têm clima quente na arquibancada, brilho de Tinga e festa tricolor

Na 2ª partida da final do Campeonato Cearense, as diretorias voltaram a acompanhar o jogo no Setor Premium da Arena Castelão como torcedores e participaram da partida a cada lance

Legenda: Tinga marcou o gol da vitória tricolor por 1 a 0 na final do Campeonato Cearense
Foto: Thiago Gadelha / SVM

A torcida no futebol cearense é diferente. O acompanhar a partida, vibrar a cada lance e vestir a camisa do time mesmo da arquibancada se estende aos apaixonados e também aos membros de cada clube. Na final do Campeonato Cearense desta quarta-feira (22), o torcedor não teve acesso à Arena Castelão, mas esteve representado pelas respectivas diretorias de Ceará e Fortaleza presentes no Setor Premium do estádio.

No Estado, as cúpulas, incluindo os presidentes, não se escondem. E o clima foi mais quente entre as partes. Diferente da primeira partida, dessa vez estavam afastados e pressionando a cada lance. “Se um dos cara dali falar qualquer coisa, a gente grita mais”, afirmou um dos membros.

Com a vantagem devido vitória por 2 a 1 no duelo de ida, o lado tricolor parecia mais entusiasmado. “Alma e coração”, gritava repetidas vezes um dos seguranças, quase como um único som em meio aos programados nas caixas do estádio. Na maior parte, o presidente Marcelo Paz e o departamento de futebol pareceram mais concentrados no campo.

A postura era mantida entre os alvinegros. Atento ao jogo, o presidente Robinson de Castro se manifestava após as seguidas chances criadas e desperdiçadas pelo Vovô. E o mais participativo era Jorge Macedo, executivo de futebol, com cobranças contra arbitragem e o próprio plantel. Na segunda bola acertada na trave, foi até próximo do banco de reservas e do técnico Guto Ferreira.

A tensão se transmitia para dentro de campo. “Vão deixar eles apitarem o jogo mesmo?”, “Até que enfim uma faltinha aí para a gente”. “Não vai ter amarelo para esse cara, não?”. Um fato é certo: os dois lados questionaram a atuação do juiz Raphael Claus (FIFA).

Festa tricolor

À beira do gramado, um pedido de Rogério Ceni chamou atenção. “Vamos colocar o Tinga no jogo, entra no jogo”. A fala pareceu um prelúdio ao lateral: aos 15 do 2º tempo, fez o único gol da final para delírio completo da comitiva do Fortaleza. Um adendo: não era torcida, era o próprio Fortaleza.

Com o placar e a situação mais favorável - próxima do título - a frustração foi evidente. O silêncio imperou nos dirigentes do Ceará em apatia não consumada em campo. Experientes, Fabinho e Ricardinho exigiram empenho do grupo. ‘Bora, Rodrigão, corre, Rodrigão’, afirmaram.

Apesar do bicampeonato estadual encaminhado, o respeito foi mantido - há tempos, as atuais gestões são parceiras. Marcelo Paz pediu inclusive calma na comemoração antes do apito final. Depois, apenas festa. “O torcedor não está aqui, mas está no nosso coração”, afirmou o mandatário.

Em tempo: Marcelo Boeck não estava na lista de relacionados do Fortaleza, mas foi o primeiro da delegação a entrar no gramado. Caminhou pelo campo, olhou a taça e cumprimentou a imprensa. Bergson, novo reforço do clube e ex-Ceará, apareceu no fim e posou com medalha de campeão.