O Ceará largou na frente na Copa do Nordeste de 2021. O sonho de um tricampeonato invicto está mais próximo após a vitória por 1 a 0 contra o Bahia, neste sábado (1º), em Pituaçu. Resta a volta, de fato, mas o Vovô se preparou para o atual momento e, se há equilíbrio em campo, surge o talento. A narrativa alvinegra é assim: tudo parece caminhar para o sucesso no momento histórico.
O gol aos 47 do 2º tempo do atacante Jael externa o cenário. Há confiança no elenco - dos atletas e da comissão técnica. A competitividade é alta, e os protagonistas se alternam a cada partida na arrancada atual de resultados: são 11 jogos sem derrota, com sete vitórias.
Apesar das percepções, o clássico regional foi duro. O time teve dificuldade na criação e, com um a mais em parte do 1º tempo, não pareceu aproveitar da melhor forma. Em contrapartida, fora de casa e com elenco desgastado, esteve longe de ser muito ameaçado pelo rival.
Do visualmente sofrível choque entre os times (o jogo não foi bonito), prevaleceu a escrita antiga. Em decisão não se joga, se ganha, e o Ceará venceu. O último capítulo será no próximo sábado (8), às 16h, na Arena Castelão, restando um empate para erguer a taça mais uma vez.
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O crivo técnico no clássico nordestino foi ausência: tivemos mais disposição do que talento. Faltou qualidade, sobrou raça. E o olhar para o jogo precisa dessa crítica inicial: os dois times organizados e vistosos da competição não conseguiram desempenhar o melhor papel em campo.
Dito isso, é preciso ressaltar um momento: aos 19 do 1º tempo, o zagueiro tricolor Luiz Otávio foi expulso. O cenário de 10x11 permitiu o domínio alvinegro por quase 30 minutos.
O Vovô reuniu todos os elementos: a bola, o temor adversário em atacar e os seguidos escanteios. A proposta proativa, melhor trabalhada em 2021, não surtiu efeito imediato. O volume virou perigo duas vezes: Vina, em falta, e Vizeu, em lance de pivô. Pareceu pouco pelas circunstâncias.
Assim, a análise é de desperdício, apesar do rival bem postado. Aos 46, a arbitragem equilibrou o cenário ao tirar o volante Charles com novo cartão vermelho - esse mais polêmico pelo menor peso da falta em questão. O padrão inicial foi retomado: o jogo truncado.
O time de Guto Ferreira teve pouca inspiração, mesmo com campo menos povoado. No fim, a falta de fôlego foi evidente. Mas a atenção se manteve intacta: o sistema defensivo neutralizou o Bahia e concedeu pouca chance para o trio Rossi, Gilberto e Rodriguinho. De perigo, um cruzamento de Nino Paraíba que quase venceu o goleiro Richard por conta de uma saída errada da meta.
Nos acréscimos, o empate desenhado se desfez na autoconfiança. Da intermediária, um arremate de falta que encontrou o caminho do gol após um desvio, já aos 47. Faz parte da decisão, também do repertório, e assim a caminhada alvinegra invicta seguiu na busca pelo título da Copa do Nordeste.
Com o placar parcial, um tabu: o Ceará não perdeu para nenhum adversário baiano desde 2018, agora com 15 partidas no repertório. São 12 vitórias e três empates.
Quando se trata de finais da Copa do Nordeste, a hegemonia é ainda maior: 100% até o momento. No título de 2015, duas vitórias. No bicampeonato, dois triunfos no estádio Pituaçu, em Salvador. Tudo ainda acrescido do resultado recente. E o Bahia foi a vítima em todas as ocasiões.