É paradoxal, mas verdade: o Fortaleza venceu o Náutico por 3 a 0, sábado (14), pela Copa do Nordeste, e Rogério Ceni reclamou da postura do time nos estádios dos Aflitos, em Recife.
A explicação ficou nítida quando o goleiro Felipe Alves surgiu como protagonista em campo, apesar dos gols de David, Yuri César e Bruno Melo. Assim, cobrar faz parte do técnico, principalmente em um plantel com características definidas: transição rápida, organização ofensiva e armação desde o campo de defesa, com zagueiros construtores.
E tudo funcionou, todavia, o Leão ficou acuado em parte do confronto. O uso do contra-ataque foi a maneira de agredir os donos da casa, que tinham a posse e dificultaram a saída de leonina pelos lados. A exigência de Ceni é porque o time deve se impor frente aos adversários nordestinos, mesmo com rivalidade, devido ao nível dos elencos.
"O jogo apresentado (contra o Náutico) me preocupa. Temos de ser mais consistentes, coesos e firmes. Temos de jogar em um nível melhor. Ter a bola é uma estratégia e um ideal de jogo. Mas só conseguimos ter a bola depois do 2 a 0. Ficou mais fácil de controlar o jogo. Mas nós temos de ter essa bola quando o jogo está 0 a 0", analisou.
A estratégia faz parte da filosofia tática do comandante. Por isso, os volantes Michel e Felipe foram usados como zagueiros, justamente para ampliar a posse. O mesmo se aplica para o uso de Felipe Alves dentro da linha de passe, com possibilidade de lançamento.
Assim, o time domina o ritmo, dita o nível de intensidade e agride sem ser atacado. A pressão alta é o ingrediente que o faz protagonismo em todo o jogo, além de buscar ampliar o marcador como nos duelos com Atlético/CE (5x0), Santa Cruz (3x0), Barbalha (4x2) e Pacajus (3x0). Logo, não se trata de soberba. Ceni se preocupa é com o nível da Série A do Brasileiro.
Vitórias do Fortaleza em 2020
Gols pró: 24
Gols contra: 4