Um novo ciclo para a construção civil cearense

Escrito por
Otacílio Valente producaodiario@svm.com.br
Otacílio Valente é empresário
Legenda: Otacílio Valente é empresário

A construção civil no Ceará passa por um momento estratégico com o lançamento do projeto "Offsite Park Ceará”. Ao propor a industrialização do processo de edificação, é dada a largada em um novo momento para o setor. A fabricação de componentes fora do canteiro e posterior montagem na obra representam um modelo mais produtivo, seguro e eficiente, que pode reposicionar a construção civil como uma indústria moderna, com ganhos de qualidade, tempo e custo.

O conceito de “fabricar para montar” é o ponto central nesse modelo, uma vez que, ao invés de produzir artesanalmente no local, paredes, banheiros e estruturas metálicas, os recursos passam a ser industrializados offsite, ou seja, fora do canteiro de obras. Esse processo, já consolidado em países como Japão, Alemanha e Reino Unido, reduz desperdícios e amplia o controle técnico de cada etapa da construção. Ao adotar esse formato, o Ceará antecipa uma tendência que já é realidade em mercados desenvolvidos.

Durante anos, o setor construtivo brasileiro manteve-se vinculado a práticas manuais e mão de obra abundante, contudo, esse cenário mudou após a pandemia da COVID-19, quando muitos trabalhadores migraram para atividades informais. Obras autogeridas e o receio da perda de benefícios sociais também dificultam a contratação formal, comprometendo prazos, encarecendo entregas e elevando riscos operacionais.

A industrialização surge, assim, como uma resposta para essas dificuldades. Com os componentes prontos sendo levados ao canteiro, a obra se torna mais previsível e possibilita a redução da margem de erro e de falhas. Esse modelo já é aplicado, por exemplo, nas portas prontas, que substituíram a montagem manual por soluções completas e instaláveis. Mais que uma inovação, o “Offsite Park Ceará” oferece uma saída viável para os desafios da construção civil e, além de promover eficiência, abre novas frentes de emprego industrial e qualificação técnica, passo necessário para que o setor se torne cada vez mais moderno e competitivo. Refletir sobre essa transformação é essencial para quem deseja construir o futuro da engenharia civil no Estado.

Otacílio Valente é empresário 

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