Um começo preocupante

Escrito por Gilson Barbosa - Jornalista ,

Vivemos os primeiros dias de um novo ano e, sem dúvida, teremos sérios desafios a serem enfrentados nos próximos doze meses. A humanidade segue agredindo-se a si própria, ameaçando sua própria sobrevivência. Atentados, guerras, conflitos ideológicos e violência marcam a atualidade, atendendo a interesses ligados à política e/ou à indústria bélica. Agora mesmo, um bombardeio aéreo ordenado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, matou, no Iraque, o chefe da Guarda Revolucionária iraniana, general Qassem Soleimani, e o comandante da milícia xiita, Abu al-Muhandis, que ali se achavam. A ação desastrada poderá acirrar o já explosivo ambiente político do Oriente Médio, pois certamente gerará protestos em importantes cidades do Irã e do mundo árabe, como Beirute e Bagdá. Os conflitos entre as milícias xiitas iraquianas, apoiadas pelo Irã, e os Estados Unidos têm se intensificado nas últimas semanas, com ataques e retaliações recíprocas. Os três foguetes que mataram Soleimani e o chefe da milícia têm potencial suficiente para incendiar a região, até podendo gerar uma guerra. No aspecto econômico, o preço do petróleo já subiu, dada a gravidade dos fatos. Até nós, no Brasil, pagaremos a conta por essa insensatez de Trump!

Desde fevereiro de 1979, quando o xá Reza Pahlevi foi derrubado pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, são quatro décadas de escaramuças entre os dois países. A Guarda Revolucionária do Irã tem entre 130 mil e 160 mil combatentes, em terra , mar e ar. Criada durante a Revolução Islâmica, tem feroz lealdade ao líder religioso supremo e forte influência política junto à sociedade do país. Soleimani era a segunda figura mais importante do Irã, estrategista e bom interlocutor. Sua morte, aos 62 anos, pode acarretar muitos problemas. O Irã enriquece urânio e possui mísseis que podem atingir alvos a dois mil quilômetros. Temos, mesmo, boas razões para nos preocupar!

Consultor pedagógico
Davi Marreiro
16 de Abril de 2024