Tributo a Juarez Serpa Filho

Escrito por Gilson Barbosa , gilson@tre-ce.jus.br

Lutando contra a Covid-19 há cerca de três semanas, na UTI de um hospital local, o jornalista Juarez Serpa Filho acaba de falecer. Não poderia deixar de registrar sua partida. Colega de faculdade e, depois, de imprensa, Juarez era “gente boa”. Uma pessoa simples, cordata, divertida, humana e inteligente. Além de jornalista e radialista, foi professor na rede estadual e já se encontrava aposentado. Tinha 62 anos de idade apenas, muito jovem ainda. 

Gostava de divulgar as coisas da cultura nordestina, como a literatura de cordel e a música regional de qualidade, além de tocar violão, um de seus passatempos em família e junto aos amigos. Conheci-o no Curso de Comunicação Social da UFC, em 1979, onde tivemos convivência agradável dentro e fora das salas de aula.

Quando da estruturação do Diário do Nordeste, em dezembro de 1981, encontrávamo-nos no penúltimo semestre do curso. Este jornal nascia mesclando talentos já consagrados da imprensa cearense com jovens jornalistas que concluíam, à época, seu curso superior. 

Como outros colegas que estagiaram neste periódico, Juarez e eu fomos integrados à pioneira equipe de repórteres. Ele, na editoria de Esportes; eu, na de Cidade.

Ficamos por muitos anos, trabalhando na redação quase que diariamente e com o bom relacionamento de sempre. Com o passar do tempo, nossos caminhos se afastaram. Juarez, aprovado em concurso público, tornou-se professor, lecionando a disciplina de Língua Portuguesa. Formou-se também em Letras, na Uece, concluindo mestrado na área. 

Fundou, em 1998, a rádio comunitária Pedras FM, no bairro homônimo onde sempre residiu e, mais recentemente, apresentou, na pioneira Rádio Clube de Fortaleza, os programas Senso Crítico; e, aos domingos, o musical Em Boa Companhia, onde relembrava belas e raras gravações do passado. Que o velho amigo descanse em paz!

Gilson Barbosa
Jornalista 

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