Sem vacina, não tem aula presencial

Escrito por Acrísio Sena , acrisiosenapt@gmail.com

Deputado estadual Acrísio Sena, do PT
Legenda: Deputado estadual Acrísio Sena, do PT
Foto: Junior Pio/AL-CE

A aprovação do projeto (PL 5595/20) na Câmara dos Deputados que torna as atividades escolares essenciais, impedindo a suspensão das aulas em tempos de pandemia, gerou revolta nos profissionais da educação. O governo Bolsonaro quer a todo custo reiniciar as aulas presenciais, sem o cuidado de garantir a vacinação dos trabalhadores da educação. 

Os países que retornaram as aulas presenciais tiveram a responsabilidade de desenvolver um programa de vacinação específico para a educação. Em vez disso, o líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que os professores “não querem trabalhar”. Como se esta categoria não tivesse tido que passar por um difícil processo para adaptar-se às aulas remotas. O autoritarismo e a truculência, presentes nesse tipo de prática, inviabilizam o processo de diálogo.

O governo federal desprezou a pandemia. Virou as costas para a Organização Mundial de Saúde. Fez pouco caso das normas sanitárias. Recusou-se a comprar vacinas ano passado. Fez propaganda de remédios que a ciência mostrou serem ineficazes contra a Covid-19. Sempre passando por cima e prejudicando o esforço dos estados, principalmente no Nordeste, para buscar vacinas e adaptar as instituições de ensino aos protocolos sanitários, a verdade é que, por omissão e incompetência, o governo federal prejudica a vacinação da população.

A situação é muito grave. Ainda estamos enfrentando números preocupantes de mortos e infectados. Mesmo com a abertura de milhares de leitos, as unidades hospitalares da Capital e do interior estão sobrecarregadas.

Seguimos apoiados na ciência. Várias pesquisas (nacionais e internacionais) comprovam o alto potencial de contaminação, caso as escolas sejam obrigadas a abrir totalmente nesse momento.

Já perdemos muitos professores, coordenadores, diretores e demais colegas. Os profissionais estão psicologicamente abalados. A abertura progressiva das unidades escolares só faz sentido com o início imediato da vacinação dos trabalhadores da educação. Vamos dialogar com os pais, autoridades e comunidade. Essa luta é coletiva: estamos defendendo a vida!

Acrísio Sena
Deputado estadual (PT) 
Vice-presidente da Comissão de Educação da AL-CE

Consultor pedagógico
Davi Marreiro
16 de Abril de 2024