Recomposição do quadro ministerial

Escrito por Mauro Benevides ,

Legenda: Mauro Benevides é ex-senador pelo Ceará
Foto: Arquivo pessoal

Com a integração do chamado Centrão ao esquema palaciano, há quem vaticine estabilidade na ala situacionista, a partir da fase pré-eleitoral, quando se harmonizarão, em definitivo, os blocos partidários, com vistas à competição do ano vindouro, mesmo ainda distante, devendo despontarem outros grupos para o confronto nas urnas, inclusive com novos nomes postulando à chefia de nossa Nação. 

A Casa Civil retorna a trabalhar, infatigavelmente, para armar estratégias imbatíveis, já que o senador Ciro Nogueira, escolhido pelo Primeiro Mandatário, há demonstrado engenho e arte para promover composições, ampliando a base política de Bolsonaro, com acertos de posições que refletem não só no Congresso, mas, também, regionalmente, junto aos partidos, na extensão do território nacional. 

O presidente da Câmara, endossando o novo plano governamental, impulsionará a recomposição de forças parlamentares, trazendo ao Legislativo condições mais favoráveis para viabilizar propostas enviadas pelo Planalto à apreciação de um plenário irredento, porém, agora, tendente a tornar-se mais receptivo aos projetos de interesse do Governo. 

É certo que a saída do general Luiz Eduardo Ramos trouxe apreensões aos seus colegas, já que o mesmo era considerado hábil para superar problemas delicados, buscando manter, sem traumas, o direcionamento político-parlamentar do grupo governista, que tem na Casa Civil o ponto nevrálgico para soluções que transponham obstáculos na relação com o Parlamento, uma vez que a orientação de conduta com aliados emana sempre daquele centro de informações, sediado nas proximidades do Gabinete Presidencial. 

Há quem diga que, a partir de agora, Bolsonaro dialogará mais com os seus auxiliares diretos, a exemplo do novo ministro, pelo qual passarão diretrizes capazes de preservar congraçados os membros das duas Casas congressuais. 

Demorando a efetivar tal alternativa, confia-se em que, doravante, o presidente queira o “batalhão político” unido e bem posicionado para a refrega cruenta de 2022. 

Diante de tais movimentos, há quem relembre, nos bastidores, o conhecido provérbio, segundo o qual “a árvore não nega sua sombra nem ao lenhador...”. 

Mauro Benevides
Jornalista e senador constituinte 

Consultor pedagógico
Davi Marreiro
16 de Abril de 2024