Práticas antirracistas
Mesmo sendo uma mulher branca, tenho muito orgulho por ter sido criada por pais adotivos pretos. Quando criança me achava muito parecida com meus pais, mas as pessoas comentavam a nossa diferença e as crianças, com quem brincava, repetiam o ouviam dos adultos. Por isso, minha mãe, foi obrigada a conversar comigo sobre o assunto.
No meu modo de ver, “Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista” — frase de Angela Davis. Na atualidade, não basta dizer que não é racista, é preciso se posicionar sobre o assunto não só em palavras, mas também em atitudes.
Diante de tantas falas de autoridades negando a existência do racismo no Brasil, precisamos urgentemente pensar em práticas de liderança antirracistas, de forma que se posicionem sobre o assunto, principalmente em atitudes.
Ao abrirem novas vagas de trabalho as empresas têm por obrigação dar oportunidades aos profissionais pretos. A desculpa de que só tinha candidatos pretos já não funciona no Brasil, que segundo o IBGE possuí 36% da população preta e 10% parda.
Atualmente há sim mais profissionais negros preparados para as inúmeras funções que as companhias necessitam.
Portanto há sim como mudar o que mostra uma pesquisa feita pelo Instituto Ethos: em 117 empresas brasileiras de médio e grande porte, revelando haver apenas 4,7% pessoas negras no quadro executivo. Só o que precisa ser vencido são conceitos e pré-conceitos antigos, que não representam a igualdade.
Hoje há inúmeras formas de incluir práticas antirracistas na sua vida: estude sobre o assunto (existem séries, livros, filmes, artigos e etc.), fale com a equipe sobre o assunto, dialogue, realize debates, promova da diversidade entre a equipe, não aja como se o racismo não existisse, conheça e não use vocabulário racistas e corrija quem usa, denuncie o racismo em suas diversas formas e manifestações.
Kelly Stak
Consultora de RH e especialista em desenvolvimento de pessoas