Os desafios da carreira literária no Brasil

Escrito por Gisele Forte ,

Amar literatura, ser criativo e ter muita habilidade com as palavras são meio caminho andado para formar um bom escritor. Mas, ao contrário do que muita gente pensa, ter a escrita como profissão não é uma tarefa simples, sobretudo em um país como o Brasil.

Eu me apaixonei por livros aos nove anos de idade e, desde então, produzo textos dos mais variados estilos e com os mais diferentes temas: relatos, crônicas, contos e muitos outros. No entanto, durante trinta anos, essa paixão foi relegada a segundo plano, limitando-se a um hobby esporádico: uma espécie de terapia muito particular, que sempre me ajudou a extravasar sentimentos e a driblar adversidades emocionais.

Com 40 anos, surgiu a vontade de fazer da escrita um trabalho; de transformar o sonho em uma profissão. Em poucos meses, escrevi o meu primeiro romance e fiz a sua publicação de maneira independente. Em menos de seis meses, foram três livros individuais lançados e duas participações em coletâneas. Mas, apesar da grande produtividade, descobri que o caminho do escritor está longe de ser um mar de rosas.

Como se pode ver, ser escritor profissional não é uma escolha fácil. Exige talento, disciplina e muita perseverança. Mas, apesar de desafiadora, essa também não é uma atividade inviável. Há, cada vez mais, recursos acessíveis para quem quer publicar as suas criações: desde plataformas digitais até editoras de pequeno porte, com opções de impressão sob demanda.

O importante é investir na qualidade do trabalho e, claro, caprichar na divulgação, que precisa ser contínua. Ninguém vende milhões de livros da noite para o dia: é um caminho gradativo, que exige paciência e força de vontade. Mas que, para quem ama o que faz, vale muito a pena. Um caminho sem volta, repleto de suor, cuidado e imaginação.

Gisele Fortes é formada em Comunicação Social pela UFRJ e autora do livro "Desencontros de amor"

Consultor pedagógico
Davi Marreiro
16 de Abril de 2024