O sentido do momento

Escrito por Maria Helena Budal da Silva ,

Fomos pegos de surpresa. De repente, a rotina não podia ser mais a mesma, os planos não poderiam ser mais os mesmos, o ontem seria realmente um passado cada vez mais distante e que a cada dia teria mais sabor de saudade. Rapidamente, exigiu-se que todos vivêssemos em uma incógnita diária. O que ocorrerá amanhã? Quanto tempo tudo isso irá durar? Independentemente do querer, tivemos que encarar a vida e a morte – as nossas e as de outros.

Sempre nos veremos em situações inesperadas, sem repertório e sem perspectiva clara de futuro. Cada situação trará sua peculiaridade, seu peso e sua dádiva. Qual será a melhor saída para o momento? Esta será uma pergunta recorrente.

Encontrar respostas exige uma parada, exige uma observação, próxima e distanciada, voltada à interioridade, ao mundo externo e às relações postas e inalienáveis entre estes. As respostas exigem um aguçamento da consciência.

Quando estamos presentes e abertos ao momento, atentos às oportunidades, respondendo sobre elas, temos a liberdade de concretizá-las ou não. Ao mesmo tempo, porém, tornamo-nos responsáveis sobre o que decidimos, conscientemente ou não.

A existência, em seu movimento, convida-nos a oportunidades de concretização, que carregam em si certa exigência, pois são convites pessoais. Cada concretização trará a vivência de um sentido. 

O que antes era um adiantamento, uma intuição, uma visão, um convite, agora poderá ser uma realidade, uma presença na vida ligada a algo que a justifica, que a realiza, que a confere sentido.

A vida nos traz tarefas de diferentes ordens. Não será possível mudar tudo, mas sempre será possível mudar algo – ou mudar algo em nós. Então, neste momento, o que a vida lhe pede para ser concretizado? Qual é o sentido que o momento revela? Terá a coragem de ser digno de sua realização?

Maria Helena Budal da Silva

Psicóloga

Consultor pedagógico
Davi Marreiro
16 de Abril de 2024