O perigo do discurso contra a vacina

Escrito por Guilherme Landim ,

Há cerca de nove meses o Ceará vive sob decreto de isolamento social e, assim como no restante do mundo, deposita esperanças nas vacinas que estão sendo desenvolvidas. Porém, desinformação, fake news e batalhas ideológicas colocam em risco a eficácia da imunização que salva vidas. Segundo dados do Datafolha, 9% da população brasileira - cerca de 19 milhões de pessoas — afirmam que não tomarão uma vacina contra a doença. Esse movimento antivacina é entendido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um dos dez maiores riscos à saúde global, já que ameaça reverter o progresso alcançado no controle e erradicação de doenças graves, tanto as já existentes quanto as recém-descobertas. A baixa cobertura vacinal diminui ou anula a efetividade profilática para a população, e esse panorama pode acontecer caso uma parcela de pessoas decida pela não imunização.

Em 2019, o Governo do Ceará sancionou a Lei 36/19, oriunda de um projeto de lei de nossa autoria, que tornou obrigatória a apresentação da carteira de vacinação no ato da matrícula escolar para todas as instituições de ensino no Estado. Mas de que vale estarmos aqui preocupados, fazendo leis, se o Governo Federal, que deveria ser o ente mais interessado, faz o contrário e desacredita o trabalho de cientistas e profissionais da saúde?

Um momento grave como esse não deve ser utilizado como manobra para incitar dúvida e ódio na população. Devemos estar todos unidos em prol de cuidar das pessoas. É inadmissível deixar que querelas políticas e teorias medievais atrapalhem a possibilidade de controle da pandemia, que no apagar de 2020 ceifava a vida de cerca de 180 mil brasileiros. É, portanto, hora de torcer pela eficácia de vacinas cujos créditos devem ser dados aos cientistas e profissionais da saúde. Isso em nome da esperança com o que mais importa: a preservação da vida.

Guilherme Landim

Deputado estadual

Consultor pedagógico
Davi Marreiro
16 de Abril de 2024