O leite na era 4.0

Escrito por Bruna Silper ,

Vivemos numa era de transformações contínuas e também de incertezas, que exigem rápida e constante adaptação. Tecnologias como Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT), Realidade Aumentada, impressão 3D, fontes de energia alternativas, entre tantas outras, modificaram o jeito como nos comunicamos e nosso modo de agir, pensar e observar.

Na Economia 4.0, o digital e o real se misturam de forma indissociável e promovem alterações profundas nos modelos de negócio. Inteligência e precisão são as palavras-chave dessa nova economia.

Nesse cenário, para a pecuária leiteira não é diferente. Somos parte de uma atividade em pleno movimento. As diversas tecnologias disponíveis hoje para a produção leiteira são grandes aliadas no atingimento de metas produtivas e financeiras, e na permanência na atividade.

A pecuária de precisão, por meio de ferramentas digitais, permite a obtenção de informações fundamentais e precisas para o acompanhamento de todo o ciclo produtivo. Temos no País um grande potencial de crescimento para esse setor. Estima-se que cerca de 4 milhões de pessoas trabalhem diretamente na pecuária leiteira. Mesmo sendo tão heterogêneo e pulverizado, o setor mais que quadruplicou a produção em pouco mais de 40 anos.

Ultrapassamos o volume de 35 bilhões de litros de leite, mas ainda com baixa produtividade média nacional (aproximadamente 1.600 kg de leite/vaca/ano).

Outra grande oportunidade está no aumento do consumo. Hoje, no Brasil, o consumo per capita (170 kg de leite/habitante/ano) é inferior ao recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é de 200 a 220 kg/habitante/ano.

Tudo isso destaca a necessidade de inovação na cadeia produtiva do leite, para que possamos nos firmar como País capaz de atender à demanda mundial por alimentos. Façamos com que nosso leite seja também 4.0.

Bruna Silper
Médica Veterinária, mestre em Zootecnia e Ph.D em Animal Science

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