O agronegócio no Nordeste

Escrito por Geraldo Eugênio ,

Em termos de geografia agrícola, grosso modo o Nordeste pode ser analisado sob a ótica de quatro ambientes distintos: a Zona da Mata, o Semiárido, o Cerrado e a pré-Amazônia. Dentre esses o mais desafiador é o Semiárido, compreendendo aproximadamente um milhão de quilômetros quadrados e, em se tratando de escala, dependendo das águas de duas bacias hidrográficas, a do Rio São Francisco e a do Rio Parnaíba. Além destes dois rios o Nordeste Semiárido conta com dezenas de rios não perenes. A terceira fonte, por sinal, aquela que oferece o maior volume de águas à região são as águas provenientes das chuvas. A agricultura na região semiárida tem dois componentes distintos. Aquele em que se pode contar com água em regime perene, o que constitui a agricultura irrigada e um segundo segmento que depende fundamentalmente das águas pluviais e de seu aproveitamento. O segundo segmento, conhecido como agricultura de sequeiro é um pouco mais complexo, uma vez que a atividade econômica deixa de ser algo previsível para se tornar uma verdadeira loteria. É neste cenário que o Seminário Água Innovation, em sua 5ª edição, se apresenta como ambiente de discussão e debate, de forma abrangente, quanto ao aproveitamento e eficiência no uso da água e a transformação desse insumo em forma de sementes, grãos, forragem, frutas, leite, carne, flores, produtos florestais e paisagens. Por último, mas não menos importante entra uma questão fundamental. E a água, como chega ao gotejador? Custa algo? Quem paga? São questões que não passarão em branco durante o seminário. A maioria dos sistemas de adução e canais que estão sendo construídos no Nordeste, a priori, têm como fundamento o uso no abastecimento humano e dessedentação animal. Para alguns, qualquer água disponível deve ser empregada de imediato, custe o que custar. A matemática financeira não bate com esta visão. O 5º Seminário Água Innovation, na pessoa do ex-deputado Carlos Matos, vêm de antemão agradecer a presença do Ministro Allysson Paulinelli, de seu esforço em unir o país em prol de uma causa, tal qual foi sua candidatura ao Prêmio Nobel empunhando a bandeira da agricultura nacional.

Geraldo Eugênio é Professor Titular UFRPE-UAST | geugenio1@terra.com.br

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.

 

Consultor pedagógico
Davi Marreiro
16 de Abril de 2024