Novas regras do BC fortalecem setor financeiro

Essas medidas podem, de fato, desencorajar a entrada de players menos preparados

Escrito por
Nayara Sales producaodiario@svm.com.br
Advogada
Legenda: Advogada

As novas alterações regulatórias publicadas pelo Banco Central do Brasil (BC) em setembro sinalizam um novo nível de maturidade para o sistema financeiro. Depois de incidentes de ataques cibernéticos e da confirmação de que fintechs vinham sendo usadas para crimes financeiros, o regulador elevou as exigências regulatórias e estabeleceu normas mais rígidas de governança, compliance e segurança cibernética.

As resoluções publicadas em setembro de 2025, como as de nº 494, 495, 496, 497, 498, 501, 506 e 507, reforçam a necessidade de maior fiscalização, padrões operacionais robustos e responsabilidade institucional. Dentre os principais pontos, a Resolução 494 antecipou para maio de 2026 o prazo para que IPs não autorizadas solicitem permissão para funcionar; a Resolução 506 redefiniu critérios de participação no Pix, estabelecendo novos parâmetros de governança; e a Resolução 507 trouxe um Manual de Penalidades que dá clareza sobre infrações e sanções.

Essas medidas podem, de fato, desencorajar a entrada de players menos preparados. Em contrapartida, devem fortalecer a credibilidade do setor, tornando-o mais seguro e transparente. A regulação ficou mais exigente, mas também mais clara. A inovação continua sendo incentivada pelo Banco Central, mas deve ser acompanhada pela mitigação de riscos e a elevação dos padrões de segurança.

No cenário das IPs não autorizadas, a pressão das novas normas é imediata: estão sujeitas a restrições como o teto de R$ 15 mil por operação. Já para instituições autorizadas, como o Mêntore, o desafio consiste em ajustar-se ao novo nível de exigência, reforçando a gestão de riscos, aprimorando controles internos e documentando evidências para ciclos de supervisão.

Nesse novo contexto, o diferencial será transformar compliance e segurança em vantagem competitiva. As instituições que conseguirem antecipar riscos, investir em governança e cibersegurança e comprovar sua robustez por meio de auditorias independentes conquistarão mais confiança do mercado, do regulador e dos clientes.

Compreendemos que a autorização não é um ponto final, mas uma fase de um processo contínuo. 

Gonzaga Mota
08 de Novembro de 2025
Doutora em educação, professora da educação básica, membro da Coordenação Colegiada do Fórum EJA/CE
Clarice Gomes Costa
08 de Novembro de 2025
Pedro Venturini é administrador
Pedro Venturini
07 de Novembro de 2025
Wellington Sampaio
Wellington Sampaio
06 de Novembro de 2025
Luiz Gustavo Neves é empreendedor
Luiz Gustavo Neves
04 de Novembro de 2025
Aldelfredo Mendes é diretor comercial
Aldelfredo Mendes
02 de Novembro de 2025
Artur Marques é presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP)
Artur Marques
02 de Novembro de 2025
Professor aposentado da UFC
Gonzaga Mota
01 de Novembro de 2025
Haley Carvalho é procurador-Geral de Justiça do Ceará
Haley Carvalho
31 de Outubro de 2025