Mino e eu

Escrito por Gonzaga Mota ,

Mino, Hermínio Castelo Branco, é o tipo de pessoa que se pode dizer ser unanimidade, amigo-irmão de todo mundo. Assim o considero e tenho respeito e admiração, não só por seus dons artísticos, mas por possuir um excelente caráter. Certa vez, eu governava o Estado do Ceará e fui procurado na residência oficial pelo Mino. Contou-me como sempre, de forma humilde, característica dos bons, o seguinte fato. Não para reclamar de alguém, pelo contrário, mas para me fazer um apelo. O então secretário de Educação, professor Ubiratan Aguiar pediu a ilustração gráfica de uma cartilha educacional para os alunos da rede pública estadual. A cartilha ficou perfeita graças à dedicação do eminente secretário e às concepções artísticas do amigo Mino. Ubiratan disse ao Mino que procurasse o Dr. Firmo de Castro, Secretário da Fazenda, para fazer o pagamento do trabalho. Ao chegar no gabinete do competente e dinâmico Secretário Firmo de Castro, apresentou a nota de prestação do serviço e solicitou a remuneração devida. Firmo, como excelente gestor, ficou espantado e disse: Mino, vamos refazer o processo para não haver nenhum problema. Mino ficou triste, mas entendeu as ponderações do Firmo. Alguns dias se passaram e a situação financeira do Mino era bastante difícil. A Inês, esposa do Mino, queria fazer a feira e o dinheiro era curto. O processo, obedecendo aos trâmites corretos, ainda não se encontrava na hora de pagamento. Restou ao Mino procurar o Governador e fazer o justo apelo. Ouvi com atenção e carinho o querido Mino. Telefonei para os dois Secretários e ambos me disseram que o pagamento seria feito, porém, havia a burocracia do setor público. Diga ao Mino que tenha calma, pois ele vai receber. Disse-me o Mino: Gonzaga amigo, o que fazer, minha geladeira está vazia. Nesse momento entra no gabinete o eficiente Chefe da Casa Civil, Dr. Arthur Silva, com o cheque referente aos meus honorários. Mino ficou olhando... Eu disse, depois de endossar o cheque, vá trocar no Banco, fique com a metade e a outra traga para mim. A minha metade você me paga quando o Estado lhe pagar. Não comente nada com a Mirian, minha mulher. Ficou muito feliz e, realmente, me pagou. Assim é a vida.

Gonzaga Mota é professor aposentado da UFC | luizgmota@yahoo.com.br

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.

 

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