Menos educação

Escrito por Davi Marreiro ,
Davi Marreiro é professor e consultor pedagógico
Legenda: Davi Marreiro é professor e consultor pedagógico

Conforme dados divulgados recentemente pelo Ministério da Economia, os Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Educação foram as pastas “com o maior volume de recursos bloqueados no Orçamento de 2022”. Baseando-se na última versão do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, a Agência do Senado objetivamente destacou que o Ministério da Ciência e Tecnologia lidera o bloqueio, com R$ 2,5 bilhões contingenciados.

Logo após, vemos o Ministério da Educação com R$ 1,598 bilhão bloqueado. Como se isso não bastasse a Saúde ocupa a terceira posição com o bloqueio de R$ 1,253 bilhão. Enquanto isso os demais órgãos tiveram cortes abaixo de R$ 1 bilhão. Consequentemente, não ficamos surpresos quando lemos, por exemplo, a seguinte manchete: Universidades Federais diminuem a oferta de vagas por falta de professores, segundo dados apurados pela jornalista Júlia Marques, do Jornal Estado de São Paulo, atualmente em nosso país existe um déficit de pelo menos 11 mil servidores; são cargos não criados , mas que foram prometidos às instituições federais.

Outro fato preocupante e histórico que comprova o total desprezo de nossos representantes políticos pela Educação em detrimento de outros setores, constatamos quando nos deparamos com a pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos Carcerários Aplicados da USP, de acordo com a pesquisa, “o investimento público do governo brasileiro destinado à educação básica é quatro vezes menor que aquele destinado ao sistema carcerário.” Conforme o professor Wojciech A. Kulesza, “é claro que estes valores são per capita, já que, apesar de o Brasil ser um dos países com maior população carcerária no mundo, felizmente, há muito mais gente nas escolas do que nas cadeias.”

Parafraseando o jornalista José P. Kupfer, esses bloqueios e cortes anunciados pelo governo federal, visam principalmente baixar o preço dos combustíveis. Mais uma das muitas manobras sem garantia alguma, ou seja, “são uma volta ao mundo para não sair do lugar.” Nas palavras do redator, “nas voltas desse parafuso espanado” novas dificuldades surgiram, contudo, devemos nos preocupar? Afinal já sabemos quem pagará os prejuízos.  

Davi Marreiro é consultor pedagógico

Jornalista e senador constituinte
Mauro Benevides
28 de Março de 2024
Juliana Brito é empresária, CEO e cofundadora da Indie Hero e da GJ+
Juliana Brito
27 de Março de 2024
Gabriela Colares é coordenadora de projetos do Instituto Nordeste Cidadania
Gabriela Colares
25 de Março de 2024
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22 de Março de 2024
Jornalista e senador constituinte
Mauro Benevides
21 de Março de 2024
Rosette Nunes Correia Lopes
Rosette Nunes Correia Lopes
21 de Março de 2024