Mais uma luta para os educadores

Escrito por Davi Marreiro , davimarreiro@hotmail.com

Completamos um ano desde que o Brasil registrou o primeiro contágio pelo coronavírus. Durante todo este período, vimos infelizmente, que para muitas pessoas algumas vidas pouco importam. O tempo passou, mas pandemia continua e este “tempo partido de homens partidos” continua segregando e destruindo. Enquanto decidimos qual o lado certo e discutimos sobre o que de fato é essencial, fatalmente nossa primordial sobrevivência é subvalorizada.

Na última sexta-feira, dia 19, foram registradas, em nosso país 2.730 mortes pela Covid-19. Com isso, alcançamos de forma inédita, a marca calamitosa de 15 mil mortes em uma semana. Além disso, um boletim divulgado pela Fiocruz, aponta que quinze das 27 unidades federativas apresentam sinal de alta nos números de casos e óbitos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) e de Covid-19. 

Todavia na visão de alguns políticos essa pauta não é uma prioridade que mereça sequer ser mencionada na ordem do dia em nossas assembleias e câmaras legislativas. Afinal, “esse assunto funesto apenas retarda a célere agenda das reformas.” Seria um torpor lúcido? Por que se preocupar com vidas se temos dívidas? Este é o momento mais adequado para promovermos essas propostas?

Parte da 19º Legislatura da Câmara de Fortaleza acredita que sim, uma vez que esses parlamentares estão  apoiados no discurso ensaiado de que a maior crise brasileira é a fiscal, com isso a seguridade social mostra-se muito dispendiosa em todos os seus níveis, ou seja sua decomposição tornou-se uma espécie sui generis de vacina, a única opção, aparentemente benemérita capaz solucionar todas as nossas mazelas econômicas.

Confesso que é difícil entender já que reforma pressupõe melhorias, no entanto o que estamos constatando é uma acentuada corrosão de muitos dos direitos dos trabalhadores. Os profissionais da educação, por exemplo, já veicularam que iniciarão uma greve nesta semana, reivindicam as propostas de modificações no tempo mínimo de aposentadoria, na licença prêmio e redução no percentual do anuênio. Uma triste realidade imposta para muitos servidores fortalezenses que em meio ao luto precisarão lutar por seus direitos.

Davi Marreiro
Professor da rede pública

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Davi Marreiro
16 de Abril de 2024