Mais eleitores, menos habitantes

Escrito por Redação ,

O Brasil vive de casos e casuísmos, como o que ocorre em 118 cidades de Minas Gerais onde existem mais eleitores do que moradores. O fato vem aumentando eleição após eleição, principalmente porque o fato que leva a isto é a garantia de quatro anos de um bom salário e umas ajudazinhas aqui, outras ali para aqueles que aceitam essa condição de eleger sem preocupação futura.

Alguns destes eleitores dizem que possuem familiares nas cidades e que precisam manter o vínculo. Que aproveitam o dia da votação para visitar amigos e conhecidos. Que além de cumprirem com o dever cívico, ainda podem desfrutar de uma folga. O problema que advém desta falsa ilusão é que muitos são moradores de cidades vizinhas e que se vendem por poucos reais. São votos comprados e cujos benefícios aos eleitores praticamente inexistem.

Outro fator verificado nesta "brincadeira" de domicílio eleitoral é que, em muitas cidades, o candidato tem apenas um parente ou trabalho e, por esta razão, pode ser eleito, mesmo não residindo na cidade.

Estes vereadores, quando aparecem nas reuniões mensais, na maioria delas, fica apenas 1 hora e meia ou duas de serviço.

Ter boa amizade, comprar eleitores, transferir título eleitoral, transportar o eleitor ou pagar a viagem no dia da eleição garantem quatro anos de mandato a pessoas inescrupulosas e sem ligação nenhuma com os municípios.

Este é o reflexo de uma lei eleitoral ultrapassada, baseada em redutos (currais) eleitorais e onde o povo é o que menos importa.

O Brasil precisa passar por uma reforma eleitoral séria, redução de partidos políticos, fidelidade partidária (de fato) e menos abusos.

Prefeitos são eleitos para executar obras e projetos e cumprir as leis. Os vereadores têm o papel de fazer as leis, fiscalizar as obras, evitar os equívocos e eventuais desmandos do Executivo.

Pensem nisto na hora de votar!

Gregório José

Jornalista e filósofo

Consultor pedagógico
Davi Marreiro
16 de Abril de 2024