Lâmpada acesa

Escrito por Geovane Saraiva - Padre, pároco de Santo Afonso, em Fortaleza ,

No Natal, tudo deveria se revestir de encanto, a partir da luminosidade fulgurante do Filho de Deus que, no propósito divino, quer orientar os caminhos da vida humana. Deparamo-nos com a verdadeira luz, e é o que existe de mais inaudito: a natureza humana vencida pelo dom da graça, de tal modo envolvida em mistério que, das trevas ou noites, a vemos se transformar em dia. São os sinais das ações de Jesus, como nos assevera Santo Agostinho: “Vamos cantar aleluia aqui na terra, enquanto ainda vivemos ansiosos, para que possamos cantar um dia no céu em total segurança”.

É a vinda do desejado das nações, buscado com grande ansiedade, sendo Ele a haste, ou rebento de Jessé, a se erguer como verdadeira lâmpada para todos os povos. É um menino tão pequeno, na gruta de Belém, mas que entrou no mundo como uma criança vulnerável e indefesa, no tão misterioso convívio da sociedade de seu tempo, propondo-nos uma única coisa: que se desmantele montanha abaixo – a avalanche do orgulho e do egoísmo. Ele quer a humanidade amparada por completo na forte simbologia do manto da paz, da justiça, da bondade e da ternura.

Chegou o tempo em que as pessoas experimentam a bondade de Deus, pela vinda do Messias, na lâmpada que dissipa as trevas do pecado, da escravidão e de todo tipo de opressão. Vem como emissário de muita liberdade, alegria e paz. Como pequenino, para nós um filho nos foi dado, comovendo a todos, que, no exemplo do apóstolo Paulo, contempla-se, manifestado ao mundo, sendo fonte de salvação aos homens de boa vontade.

Ele é a misteriosa lâmpada, mas sem que as pessoas tivessem clareza e conseguissem perceber, carregava consigo uma profunda impressão, aquela da natureza divina – o Verbo de Deus encarnado que veio fazer sua morada entre nós (Jo 1, 14). Vivamos, todos, movidos pelo espírito do Natal do Senhor! Assim seja!!

Consultor pedagógico
Davi Marreiro
16 de Abril de 2024