Justiça Climática é Justiça Social

Neste 19 de maio, Dia da Defensoria, escolhemos reafirmar nosso compromisso com o meio ambiente e com os territórios tradicionais, por meio do projeto Defensoria Verde – Presente, Sustentável e Universal

Escrito por
Sâmia Farias producaodiario@svm.com.br
Defensora pública geral do Ceará
Legenda: Defensora pública geral do Ceará

"Cada um de nós é uma solução", disse Wangari Maathai, mulher negra que plantou mais de 30 milhões de árvores no Quênia e se tornou Nobel da Paz. 

A frase inspira a Defensoria Pública do Ceará a assumir seu papel diante da maior crise do nosso tempo: a ambiental. Não há justiça possível onde a natureza é devastada e comunidades têm seus territórios soterrados pela desigualdade.

Neste 19 de maio, Dia da Defensoria, escolhemos reafirmar nosso compromisso com o meio ambiente e com os territórios tradicionais, por meio do projeto Defensoria Verde – Presente, Sustentável e Universal.

Falar em justiça ambiental é falar em justiça social. É reconhecer que as maiores vítimas do colapso climático não são as que mais emitem, mas as que menos têm. No Ceará, essa realidade tem rosto, cor, CEP, território e urgência. Foi o que encontramos no projeto Amar Defensoria, lançado em 2024, que evidencia o drama vivido por comunidades como o Cumbe, em Aracati, e tantas outras ao longo do litoral cearense. Essas populações lutam para permanecer em suas terras frente à pressões econômicas que ignoram sua ancestralidade, seus modos de vida e seus direitos. O projeto já percorreu nove territórios e segue em 2025 mapeando conflitos e garantindo direitos.

A Defensoria não se isenta nesse enfrentamento. Ao contrário: articula, propõe, escuta e atua — inclusive judicialmente — para que as decisões sobre o presente e o futuro incluam quem é silenciado. Por isso, com alegria, anunciamos a criação do Grupo de Trabalho de Defensoras e Defensores em Defesa do Meio Ambiente. O objetivo é concentrar e qualificar a atuação em territórios tradicionais, conflitos fundiários, impactos de grandes projetos e denúncias de racismo ambiental.

Defensoras e defensores públicos não trabalham apenas com sentenças. Trabalham com esperança, escuta e firmeza diante das injustiças. Estamos e atuamos onde a Justiça, historicamente, falha em chegar. Daí, digo, sustentabilidade, para nós, é dever institucional. 
É preciso fincar raízes de direitos, de Defensoria e de justiça social.

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