Juros a 15%: freio na economia e alerta ao bolso

Escrito por
Luciano Magalhães Macedo producaodiario@svm.com.br
Luciano Magalhães Macedo é empresário
Legenda: Luciano Magalhães Macedo é empresário

A recente decisão do Banco Central de elevar a taxa Selic para 15% ao ano, o maior patamar desde 2006, representa um divisor de águas na economia brasileira. A medida visa conter a inflação, mas seus efeitos colaterais são imediatos e perceptíveis no dia a dia da população. A Selic funciona como base para todas as demais taxas de juros praticadas no país, e seu aumento encarece o crédito em diversas frentes.

Com os juros em alta, o consumo desacelera, os financiamentos se tornam menos atrativos e os investimentos perdem ritmo. Em um cenário assim, famílias adiam planos de consumo, empresas seguram projetos e o país sente os impactos em cadeia. Cartões de crédito, empréstimos, financiamentos de veículos e imóveis, tudo fica mais caro — e menos acessível.

Para o consumidor médio, isso representa uma pressão a mais sobre o orçamento doméstico. Quem já está endividado sente o peso dos encargos, e quem pretendia tomar crédito recua. A perda de poder de compra reduz a circulação de dinheiro, afetando diretamente o comércio, os serviços, a indústria e a construção civil. A roda da economia gira mais devagar, com consequências visíveis nos dados de emprego e renda.

Nos condomínios residenciais, essa nova realidade econômica também se reflete. Com menos margem financeira, muitos moradores acabam priorizando contas básicas, e a taxa condominial pode ser deixada em segundo plano. A inadimplência cresce e compromete a manutenção das estruturas, a segurança e os serviços essenciais. O impacto atinge toda a coletividade.

Diante disso, síndicos e administradoras devem redobrar a atenção. É hora de adotar uma gestão mais técnica, com foco em planejamento, controle de custos, transparência e estratégias de negociação. Antecipar riscos, equilibrar o caixa e preservar os serviços são medidas fundamentais para garantir a estabilidade dos empreendimentos.

A alta da Selic é um alerta claro de que decisões macroeconômicas têm repercussões diretas no cotidiano. É tempo de cautela, de gestão eficiente e de visão estratégica. Em um cenário desafiador como o atual, agir com responsabilidade é a chave para atravessar a instabilidade com segurança e resiliência.

Luciano Magalhães Macedo é empresário 

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