Incursão estratégica no interior

Escrito por Redação ,

Após incursionar em cidades nordestinas, como Juazeiro e Penaforte, no Ceará e, mais recentemente, na Bahia e Piauí, o presidente Jair Bolsonaro estabelece nova estratégia de aproximação junto ao eleitorado do Polígono das Secas, com vistas, naturalmente, a uma reeleição que principia a delinear-se no horizonte da próxima campanha de retorno ao Palácio do Planalto.

Revitalizado após o uso da cloroquina, o seu desembaraço em conquistar a simpatia dos sertanejos começa a surtir efeito, pelo entusiasmo que desperta nos interioranos, a maioria fascinada com a simplicidade do Primeiro Mandatário, hábil cavaleiro que inicia a trotear por entre os camponeses, encantados com alguém que deseja conhecer a realidade do semiárido, num instante em que chegam por lá as águas da transposição do São Francisco.

Ninguém subestime, pois, essa sucessividade de aparições em localidades do sertão nordestino, despertando propensões de apoios, já preparando a próxima caminhada, que as redes sociais coadjuvarão como instrumento de capitalização da preferência popular.

Não sei se os dirigentes de outros partidos se aperceberam desse novo estratagema, planejado engenhosamente e na convicção de que caminha, desde já, para conquistar a confiança daqueles que habitam os grotões, principiando pela base, disposto a sensibilizar por inovações cativantes, transformadas em tendências favoráveis, para as urnas do próximo pleito de caráter nacional.

Nesse rumo estimulador de atenções que ele busca percorrer, indiferente ao vírus implacável, o Chefe do Executivo perdurará astuciosamente acenando para gregos, troianos e sertanejos, deixando os contatos virtuais, preferindo palmilhar as rotas da massa votante, à espera das pugnas que se definirão dentro em breve.

Neste caso, é bem oportuno reprisar-se o conhecido adágio de "quem avisa amigo é...".

Mauro Benevides

Jornalista e senador constituinte

Consultor pedagógico
Davi Marreiro
16 de Abril de 2024