Hora de voltar às salas de aula

Escrito por Eduardo Girão , sen.eduardogirao@senado.leg.br

Legenda: Eduardo Girão é senador do Ceará pelo Podemos
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O número de entidades mundialmente respeitadas que apoiam o retorno às aulas presenciais não para de crescer. O mesmo pode ser dito sobre pesquisas de instituições sérias, apontando os graves prejuízos que o fechamento prolongado de escolas traz ao desenvolvimento infantil.

Também cresce notoriamente o número de países que têm dado atenção a essas conclusões, providenciando o retorno das atividades presenciais nos estabelecimentos de ensino, logicamente, seguindo todos os protocolos de segurança. O Brasil, contudo, ainda não é um deles, e as piores consequências desse atraso recairão sobre nossas crianças e nosso futuro.

É nesse contexto que o Senado está discutindo o projeto de lei que torna a educação atividade essencial no Brasil, exigindo critérios mais rigorosos dos gestores públicos que queiram interromper as aulas presenciais.

Além de atender a um evidente desejo popular, tornar a educação uma atividade essencial é acompanhar o mundo nas descobertas que vem sendo feitas sobre a Covid-19, sua disseminação, como combatê-la e como conviver com ela, reduzindo seus riscos.

Cada vez mais, a viabilidade de sistemas híbridos de ensino é aceita como conclusão consensual. Por sua vez, o fechamento das escolas por tempo indeterminado tem se revelado uma opção motivada muito mais por interesses corporativistas do que por evidências empíricas.

O Unicef é uma das instituições internacionais que têm alertado para as irreversíveis consequências da política de fechamento indiscriminada das escolas, com destaque para o agravamento desse problema na América Latina. Em março, um levantamento da entidade expôs que as instituições de ensino em nosso continente estiveram totalmente fechadas por 158 dias, período que supera em muito a média global, que é de 95 dias. Nossa região tem o fechamento de escolas mais longo do mundo.
 
Registro que considero legítima a demanda por prioridade na vacinação para professores. Aqueles que defendem essa medida motivados pela honesta preocupação com a própria saúde e com a de suas famílias têm meu apoio. Penso que é um ponto capaz de gerar consenso e viabilizar a aprovação do projeto. Assim, finalmente, passaremos à necessária e definitiva retomada das aulas, com dedicação intensa por parte de professores e gestores. Só assim reduziremos os danos já causados.

Eduardo Girão
Senador

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