Grito de mulher

Escrito por Kalina Gondim ,
Kalina Gondim é doutora em educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC)
Legenda: Kalina Gondim é doutora em educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC)

Nunca os verbos redefinir, ressignificar e deslocar foram tão presentes e necessários para entender as relações de gênero. O tempo presente testemunha uma revolução silenciosa na qual as mulheres estão pressionando por mudanças no papel e no lugar social que ocupam.

De modo crescente, expressões como sororidade, gaslighting, manterrupting, entre outras passam a transitar nas conversas cotidianas. Essas palavras são elementos de um universo lexical que tem por objetivo analisar e discutir as opressões vivenciadas pelo gênero feminino.

Atualmente, a questão de gênero é uma preocupação mundial, uma verdadeira coalizão foi formada para debater e propor soluções para tornar as relações de gênero mais igualitárias e equitativas.

A verdade é que o gênero não é uma questão acessória. É, ao contrário, determinante. O gênero alicerça a vida do indivíduo e vai delineando suas relações interpessoais, sua vida intrapsíquica, o nível salarial, as oportunidades de ingressar na política e, como os noticiários vêm apontando, o gênero determina a probabilidade do indivíduo sofrer violência no espaço privado ou ser vítima de assédio sexual na esfera pública.

As vozes que denunciam as miscelâneas de violência sofridas pelas mulheres se multiplicam, tornam-se uma polifonia na qual interagem interlocutores plurais.

Semana passada a governadora do Ceará, Izolda Cela, sancionou uma lei que permite demitir funcionários públicos envolvidos em caso de violência contra mulher.

Também aqui no Ceará existe uma lei que prevê o ensino de noções básicas acerca da lei Maria da Penha para alunos do ensino médio.

Esta última apresenta um olhar preventivo e assume que a mitigação da violência contra as mulheres é uma tarefa intersetorial que intenta destruir no presente as injustiças e grilhões forjados no passado e possibilitar o florescimento de um futuro desertado de violência.

Kalina Gondim é doutora em educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Consultor pedagógico
Davi Marreiro
16 de Abril de 2024