Encontro supremo e executivo

Escrito por Mauro Benevides ,

O recente encontro formal entre o Executivo e Judiciário, para troca de opiniões sobre a conjuntura do Brasil, foi considerado como de alto nível, espelhado num congraçamento inspirado no dispositivo constitucional, segundo o qual "Os Poderes são independentes, mas harmônicos entre si", bem explicitado na Carta Magna de 1988, promulgada em memorável ato cívico, sempre recordado em cada exercício.

Num instante em que episódios rumorosos ocorridos poderiam arranhar tal preceituação, houve a predisposição de manter o lineamento de nossa Lei Maior, o que se espera venha a ser acatado, sem quaisquer tergiversações.

Se o próprio Presidente da República se empenhou de assim agir, em nome de tais diretrizes, confia-se em que decisões ali serão assentadas e por todos observadas, soberanamente, como preleciona o texto da Lei Magna.

O Legislativo, por sua vez, visualiza o fato com serenidade e aplausos, realçando um novo e auspicioso instante por que passa a nossa Nação, permitindo que ninguém ofereça outra opção a não ser o que põe à vista o nosso Documento Básico.

Até o termo impeachment a mídia chegou a noticiar, como algo em cogitação, tal suposição já havendo se tornado inviável, ainda mais agora, quando, sob o aspecto didático, não se ouvirá mais tão impactante instituto jurídico.

Aguarda-se, portanto, que, em plena fase de pandemia, não venhamos a ventilar despautérios, o que tisnaria a nossa formação essencialmente democrática, desde o memorável cinco de outubro já referenciado.

O Congresso Nacional, por suas duas Casas, certamente se regozijará pelo acerto dessa convergência, o que enobrecerá a todos, permitindo transitarmos no regime que passamos corretamente a vivenciar, desde a redemocratização, empreendida há 32 anos.

Se assim vier a ser, retornaria predominar a paz no seio de Abrahão...

Mauro Benevides

Jornalista senador constituinte

Consultor pedagógico
Davi Marreiro
16 de Abril de 2024