Eleições nas casas congressuais

Escrito por Mauro Benevides ,

Nesta fase que antecede às escolhas das Mesas Diretoras do Congresso, articulações entre bancadas intensificam-se, mesmo em recesso, com candidatos na busca de adesões de cada bloco ou legenda, à falta de conciliação que evite confronto, alcançando a tranquilidade do panorama legislativo em nosso País.

Se, na Câmara, dois postulantes, Baleia Rossi e Artur Lira, mostram-se aptos a suceder Rodrigo Maia, no Senado a competição é mais indefinida, com alguns pretendentes cogitando em alçar-se ao cargo de Davi Alcolumbre, suscitando desarticulações no grupo governista, exigindo, talvez, a intercessão do próprio Bolsonaro, infenso a intrometer-se em disputas no Parlamento. 

Os prognósticos variam a cada momento, com mutações de um para outro concorrente, sem que se possa prever aqueles que se consagrarão como dirigentes máximos do Legislativo, com foco maior na Câmara, cujo trabalho eficaz do atual presidente foi por todos reconhecido, mormente nesta fase de sessões virtuais, mesmo sem muita empolgação, como na época em que este colunista, ali, representava o Ceará.

Há quem vaticine permanecer o suspense até a véspera da competição, sem que se vislumbre qual grupo sairá vitorioso, para comandar tanto a Câmara, como o Senado. O titular do Planalto esquiva-se de um envolvimento mais afoito, respeitando a independência entre os Poderes, o que inadmite a sua intensiva atuação, num embate dessa magnitude.

Os conchavos de última hora são inevitáveis, especialmente na Câmara, enquanto na outra Casa as soluções são menos ruidosas e as lutas internas mais fáceis de ultrapassagem, com os partidos negociando até mesmo cargos não tão expressivos, nas composições diretivas. Neste clima de incertezas, ninguém se arrisca em palpites sobre os vencedores, e os pleiteantes hão de recordar a marchinha do “está chegando a hora...”.

Mauro Benevides
Jornalista e senador constituinte

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