Tão importante quanto falar de alfabetização, é falar sobre alguns aspectos que podem influenciar nesse processo. A dislexia é um deles.
A pessoa que tem dislexia apresenta a dificuldade de memorização do formato, da imagem das palavras. Isso mesmo, todos nós leitores, memorizamos a ordem das letras que compõe uma palavra e ao olharmos para ela, a identificamos e a lemos. Ou seja, não lemos letra por letra, lemos a palavra inteira instantaneamente. Exatamente nisso que está a dificuldade, pois a pessoa com dislexia não consegue fazer o reconhecimento da palavra e precisará ler sempre letra por letra.
Em muitos casos de dislexia a suspeita se inicia na fase da alfabetização, pois anteriormente a isso os sinais apresentados por algumas crianças como: desatenção, dificuldades em montar jogos que necessitem concentração e percepção visual, falta de interesse por livros, entre outros, são considerados características individuais. Na alfabetização normalmente o professor começa a perceber que a criança não consegue associar palavras com sons iniciais e finais iguais, apresenta sempre demora para finalizar o que é proposto e muitas vezes não consegue concluir as atividades. Além disso, é comum a desorganização com seus materiais e o desenvolvimento inferior, comparado às demais crianças, da coordenação motora fina e grossa.
A partir das observações é necessário solicitar aos responsáveis maiores investigações, preferencialmente com neurologista, já que a dislexia é um transtorno de aprendizagem de ordem neurobiológica. Uma vez confirmada, é sugerido que se iniciem os acompanhamentos com os profissionais que auxiliarão no desenvolvimento da linguagem.
A dislexia não tem cura, mas a partir dos trabalhos feitos, a criança se conhecerá melhor e entenderá qual, ou quais, são as melhores maneiras para sua aprendizagem.
Viviane Schueda Stacheski
Professora do curso de Pedagogia