Deslinde das convenções

Principiando pelas Convenções, a classe política apresta-se para o pleito de novembro, mesmo diante de uma pandemia impiedosa, ceifando vidas e provocando traumas que arrefecem os ânimos da massa votante, ensejando aos atuais alcaides uma luta ingente, já que as próximas pugnas antecedem a batalha seguinte, que são as eleições de 2022, para eleger o presidente da República, governadores de estados, senadores, deputados federais e estaduais.

Nem mesmo a ação nefasta de um vírus implacável deixa as nossas lideranças se abaterem, prosseguindo a divulgação de candidatos que buscam alcançar os cargos de prefeito e vereadores dos 5.570 municípios.

A temática dos palanques direcionar-se-á para os problemas de cada comunidade, embora as questões nacionais inserir-se-ão na fala de deputados federais e senadores, transformando a competição local num palco de debates constantes, que despertam a atenção de um público hoje bem mais atento aos fatos, além de um eleitorado alimentado, diariamente, por notícias de TVs e rádios, em programas sucessivos, com audiência cada dia mais abrangente.

Os postulantes às Prefeituras dão a conhecer planos administrativos, com enfoque nas reivindicações mais prementes, que reclamarão, além de recursos do Erário Municipal, auxílios estaduais e federais, sem o que projetos ousados não serão concretizados em tempo hábil.

Para suprir essas carências, os parlamentares, em todos os níveis, despontam com o propósito de garantir respaldo financeiro, com isso, capitalizando preferência nos embates futuros para as Assembleias e o Congresso.

Sempre fora e assim continuará a sê-lo, em cada comuna a repetir-se o ritual de promessas, a serem cobradas, com insistência, para que não resultem em frustração.

Os eleitores, menos crédulos, poderão afirmar que "das promessas já se acham cheios", reprisando uma antiga marcha carnavalesca.

Mauro Benevides
Jornalista e senador constituinte