Cumprida franquia democrática

Ao se conspurcar, por ato revolucionário, a autonomia das capitais, este articulista, com ponderável apoio popular, patroneou Emenda Constitucional restabelecedora da prerrogativa então nulificada, frustrando um eleitoral de escol de selecionar o prefeito de nossas metrópoles.

Fortaleza, irredenta, justificadamente, insurgiu-se a esse esdrúxulo aviltamento, ensejando, por meio deste escriba, uma reação a tal deliberação reconhecidamente antidemocrática, restaurando uma franquia explicitamente afrontada, incidindo sobre uma massa votante sapiente, capaz de escolher os melhores para dirigir a nossa comuna.
Com Juraci Magalhães, em décadas passadas, voltou-se à normalidade buscada, empenhadamente, levando-o a empreender uma gestão inspirada nos legítimos interesses da coletividade.

Agora, numa competição acirrada, disputaram o segundo turno Dr. Sarto e Capitão Wagner, o primeiro sendo eleito para substituir a Roberto Cláudio, considerado um dos melhores dirigentes de nossa urbe, em decorrência de comando assinalado por expressivas realizações.

Os dois pleiteantes empenharam-se em congregar os segmentos sociais com lideranças do centro e dos vários bairros, que terminaram por laurear José Sarto Nogueira, um médico, hoje, deputado estadual, cujas qualidades, postas em evidência, haverão de respaldá-lo a cumprir a honrosa missão.

O seu competidor, também detentor de mandato legislativo, mostrou-se atento à campanha, na ânsia de arregimentar nomes prestigiosos, que contribuíssem para sua ascensão ao Paço Municipal.

Diria a mim próprio, autor da prerrogativa democratizante, que me regozijo pela árdua batalha urnística, ora encerrada, comprobatória da vitalidade, sob esse tocante, de direito sobrestado anteriormente. 

Muitos poderão recordar o célebre Castro Alves, que prelecionou “a Praça é do povo como o Céu é do condor...”. Que assim seja!

Mauro Benevides
Jornalista e senador constituinte