Congelamento de óvulos em alta no Brasil

Escrito por Daniel Diógenes ,
Ginecologista e especialista em medicina reprodutiva
Legenda: Ginecologista e especialista em medicina reprodutiva

Nos últimos anos, cada vez mais pessoas, sejam casais ou mulheres solteiras, têm se preocupado com a preservação da saúde reprodutiva, especialmente com o congelamento de óvulos. Em um mundo acelerado em que vivemos, a rotina de trabalho, estudos e atividades domésticas acaba relegando o desejo de aumentar a família para segundo plano.

Temos também vários outros fatores que afetam diretamente a fertilidade feminina e masculina. Os maus hábitos de vida que boa parte da população possui, como má alimentação, sedentarismo, obesidade, tabagismo e consumo de álcool, apenas deterioram a qualidade dos óvulos e espermatozoides.

Com frequência, temos visto nas redes sociais e na grande mídia notícias de famosos que optaram por congelar seus óvulos, como a ex-BBB Juliette e a atriz Carla Diaz. De certa forma, isso acaba incentivando outras mulheres a fazer o mesmo, porém a conscientização sobre o cuidado com a fertilidade deve ser independente das decisões de artistas.

Informações da Anvisa publicadas no jornal O Globo revelam que, de 2020 para 2023, o número de congelamentos de óvulos cresceu quase 98% entre mulheres jovens. Esse assunto precisa ser tratado cada vez mais como uma questão de saúde pública, evitando assim o aumento de casos de infertilidade. O último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que 17,5% da população global sofre com algum problema de infertilidade, portanto, precisamos alertar cada vez mais as pessoas.

Um dado recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforça o aumento da gravidez tardia no país. Ao longo das últimas décadas, a taxa de nascimento entre mães de 35 a 39 anos cresceu mais de 60%. Entretanto, após os 35 anos, a mulher começa a perder de forma acentuada sua reserva de óvulos, que diminui com o passar dos anos.

A probabilidade de uma gravidez natural após os 40 anos é menos de 10%, por isso, recomenda-se que o congelamento de óvulos, se possível, seja feito antes do início da queda da reserva ovariana, pois assim a mulher terá uma maior quantidade e qualidade de seus óvulos. O tempo não espera por ninguém, então nada de deixar o sonho de construir uma família à própria sorte.

Daniel Diógenes é ginecologista e especialista em medicina reprodutiva

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