Ciência ou morte

Escrito por Fábio Sobral , fabio.maia.sobral@gmail.com

A pandemia de covid 19 alterou profundamente a realidade econômica. Aprofundou desigualdades, levou parte das economias a um risco de colapso generalizado e exacerbou a necessidade de domínio de procedimentos de pesquisa e produção que permitam salvar seres humanos.

Nos anos 30 do século XX ganha força nos países latino-americanos a ideia de industrializar suas economias nacionais e escapar da dependência dos países industrializados e, consequentemente, ricos. Era preciso escapar da armadilha secular de países exportadores de produtos primários. Países dominados por capitais externos e com economias abaladas financeiramente pelo consumo maior ou menor de seus produtos no exterior.

Os anos 90 do mesmo século viram retornar os defensores de economias exportadoras de “commodities”. Começa assim uma dilapidação das estruturas industriais latino-americanas. Um processo conhecido como desindustrialização.

Tal fenômeno faz retroceder o mercado interno, acentua desigualdades sociais históricas, faz desaparecer ou reduzir toda uma série de setores produtivos, aprofunda o desemprego estrutural urbano e rural e amplia a violência social.

Além disso, a desindustrialização dificulta a pesquisa científica, pois os setores governantes não entendem a urgência do desenvolvimento científico e tecnológico.

Porém, a covid esbofeteia essa aceitação passiva de um lugar limitado a ser desempenhado pelas economias exportadoras de minérios e produtos agropecuários. Ou temos produção de pesquisa avançada ou estaremos dependentes do fornecimento de outros países.

Vacinas, fármacos, material hospitalar, testes, laboratórios passaram a ser fundamentais para salvar vidas. Suas ausências determinaram mais de 221 mil mortes no Brasil. E com ameaça de maior explosão do número de casos.

Ressurge o dilema: independência científica e tecnológica ou morte!

Fábio Sobral

Professor de Economia da UFC

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