China: o país mais capitalista do mundo?
![Nisabro Fujita Filho é CEO e co-founder da M7 Soluções Financeiras](/image/contentid/policy:1.3588446:1732904042/WhatsApp%20Image%202024-11-29%20at%2015.12.17.jpeg?f=16x9&h=574&w=1020&$p$f$h$w=082cbff)
Minha recente experiência na China desafiou várias percepções, especialmente em relação à economia e ao papel do Estado. Embora seja um país comunista, a economia chinesa opera com uma agressividade e dinamismo que fogem às definições tradicionais. Em muitos aspectos, a China pode ser considerada um dos países mais capitalistas do mundo — não por adotar integralmente o sistema econômico ocidental, mas por buscar resultados de forma implacável e por sua abordagem de mercado em uma escala extraordinária.
Gostaria de deixar claro que minha admiração não está direcionada ao sistema de governo adotado pela China, mas ao que podemos aprender com seu modelo econômico. O governo chinês, ao contrário do que muitos imaginam, não inibe o desenvolvimento econômico; ele incentiva um modelo de "capitalismo de Estado" que promove inovação e competição em larga escala. O país investe pesadamente em infraestrutura e fomenta o crescimento de suas empresas, muitas vezes com objetivos globais, principalmente em setores como tecnologia, inteligência artificial e automação. Isso cria um ambiente que mescla intensa competição com cooperação controlada, tornando a China uma potência econômica e inovadora no cenário mundial.
Esse ambiente econômico é fruto de um processo contínuo de aprendizado e adaptação. A China opera em ciclos de experimentação, nos quais erros são rapidamente corrigidos e lições são absorvidas. Essa mentalidade de conhecimento e adaptação rápida é, sem dúvida, um dos maiores diferenciais do país. Empresas e gestores ao redor do mundo têm muito a aprender com esse modelo.
Essa experiência foi um poderoso incentivo para acelerar nossa transformação digital, colocando o aprendizado contínuo como peça central de nossa cultura. Inspirados por essa abordagem, estamos implementando novas ações tecnológicas e inovações que tornarão nossos processos mais ágeis e competitivos.
Esse conhecimento não se restringe apenas à nossa operação; ele se aplica igualmente ao Ceará, ao Brasil e ao nosso futuro como nação. Precisamos abraçar a tecnologia e fomentar uma cultura de inovação que traga benefícios para todos os setores. Essa visão de adaptação contínua e reinvenção é essencial para fortalecer nossa competitividade global. A experiência chinesa nos lembra que investir em infraestrutura, educação e tecnologia não é apenas uma questão de progresso, mas de sobrevivência e crescimento em um cenário mundial cada vez mais rápido e competitivo.
Assim, a China nos deixa uma lição clara: devemos buscar inovação constante, adotar uma mentalidade de aprendizado contínuo e construir um modelo de desenvolvimento que nos prepare para os desafios do futuro. Esse é o caminho que desejamos traçar para o Ceará, para o Brasil e para nossa empresa, promovendo um futuro onde competitividade e inovação caminhem lado a lado, gerando um desenvolvimento mais robusto e inclusivo.
Nisabro Fujita Filho é CEO e co-founder da M7 Soluções Financeiras