Ceará auxilia Manaus em crise

Escrito por Mauro Benevides ,

Repercutiu, intensamente, no País o gesto magnânimo do Ceará para com a capital amazonense, na remessa de oxigênio destinada àquela cidade, com índice de óbitos alcançando percentuais dramáticos, deixando a Nação penalizada com o lastimável acontecimento, quando hospitais, ali, ficaram sem condições de propiciar socorro aos que, internados, haviam sido vitimados impiedosamente pelo novo coronavírus.

A disposição do chefe do Executivo de nossa Unidade Federada calou fundo no sentimento popular, como atitude exemplar, destinada a salvar inúmeras vidas, que se encontram à falta de oxigenar os pulmões, em instantes calamitosos num Estado que, em passado longínquo, acudia os nossos flagelados, que daqui saiam acossados pela seca inclemente. 

Simultaneamente, a mídia divulgava críticas ao Governo Federal, embora o ministro da Saúde haja informado que, em tempo hábil, tomara algumas providências, ainda reputadas insuficientes para solucionar o doloroso quadro instalado pela covid-19. 

O próprio titular do Planalto replicou a indiferença alegada pela imprensa nacional, apontando os esforços de Eduardo Pazzuello para livrar os amazonenses de tão aflitiva e desesperadora situação. Também no exterior a funesta ocorrência veio a lume, obrigando o Poder Central a relacionar medidas postas em prática, para atenuar, assim, a mencionada demora no atendimento ao pedido de socorro, originário da vastidão manauara.

Se, em tempos idos, os sertanejos, acuados pela falta de queda pluviométrica no semiárido, albergavam-se no interior do Amazonas, agora, fomos nós que retribuímos, tantos anos depois, àquela acolhida que permitia a sobrevivência dos nossos coestaduanos. Certamente, por conta disso, o governante alencarino praticou um ato de fraternidade, em atitude que pode enquadrar-se no sábio adágio de "fazer o bem sem olhar a quem...".

Mauro Benevides
Jornalista e senador constituinte

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