Atividades físicas para todos

A pandemia da Covid-19 marcou o ano de 2020 com transformações em vários lugares do mundo. Rapidamente, tivemos que nos adequar à nova rotina na qual o mundo virtual se fez essencial para a orientação e o acompanhamento das práticas de atividades físicas.

Mas será que as orientações das práticas de atividade física durante a pandemia foram ofertadas para todos? É evidente que não, principalmente quando voltamos o olhar para as pessoas com deficiência.

Sabemos dos benefícios que a atividade física traz para todas as pessoas, como a melhora da aptidão cardiorrespiratória, do condicionamento físico, da autoestima, e da sociabilização. A Organização Mundial da Saúde recomenda 150 minutos de atividade física de intensidade moderada ou 75 minutos de alta intensidade por semana.

Com a pandemia da Covid-19, tem sido desafiante permanecer fisicamente ativo, desafio ainda maior para as pessoas com deficiência. Se antes da pandemia elas já enfrentavam dificuldades para realizar atividades físicas, o cenário atual revelou que a área da Educação Física precisa ainda se reorganizar para ofertar uma prática para todos.

O uso da internet se altera significativamente quando se compara pessoas com e sem deficiência, sobretudo na pandemia. Nem todos possuem acesso à internet e, tratando-se de pessoas com deficiência, em algumas situações, faz-se necessário o uso de tecnologias específicas para as necessidades do usuário. Além disso, as pessoas com deficiência ainda enfrentam barreiras referente à falta de profissionais capacitados na orientação de exercícios adequados para sua condição.

Como docente de Educação Física, com especialidade na área, acredito ser urgente um olhar mais inclusivo. A complexidade trazida pelo cenário atual não pode ser usada como justificativa para que continuemos deixando à margem pessoas com deficiência.

Raíssa Forte

Docente de Educação Física