América Latina

Escrito por Redação ,

Existem elites responsáveis que conduzem seus povos à prosperidade e ao progresso. Vale lembrar Alexandre, o Grande, da Macedônia, e os povos da Mesopotâmia, do Egito e da Grécia Antiga. Entretanto há lideranças que se preocupam muito mais com a defesa de seus interesses pessoais ou de sua casta, do que com as legitimas aspirações populares. Assim aconteceu, por exemplo, com os dirigentes que determinaram a queda do Império Romano e, mais recentemente, com a Alemanha nazista, a Itália fascista e a União Soviética stalinista.

Precisamos fazer uma reflexão democrática acerca do que historicamente vem acontecendo com a América Latina, com maior ou menor dificuldade em certos países. É inadmissível que, num momento de suma gravidade como este que a América Latina se encontra, quando a fome é grande, os níveis de desemprego são preocupantes, a violência é corriqueira, o narcotráfico está generalizado e a corrupção disseminada, parte significativa das elites latino-americanas finge que nada de mau está acontecendo. 
Por sua vez, a região tem possivelmente uma das mais perversas distribuições de renda de todo o planeta, o que propicia a essas elites deterem o monopólio do poder político e do poder econômico. No atual contexto, não é preciso ser nenhum pessimista para perceber, com clareza, o futuro que nos aguarda. 

A insatisfação popular indica que estamos às vésperas de uma grande crise moral, ética e socioeconômica, se não houver, de imediato, uma mudança de mentalidade por parte de certas elites que não possuem espírito público e solidariedade cristã. Acreditamos na globalização sem explorados e exploradores; vinculada a um debate amplo sobre tecnologia, pobreza, crescimento, meio ambiente e políticas sociais, bem como baseada em princípios democráticos. A globalização deve ser analisada mais como um processo político e cultural do que econômico.

Gonzaga Mota

Professor aposentado da UFC