A falta que um dente faz

Escrito por Otelino Filho Braga ,

Antigamente, a solução para qualquer dor de dente era apenas uma: a extração. Um procedimento rápido, fácil e, podemos dizer que sim, fazia a dor realmente passar. Hoje em dia tudo mudou, a Odontologia avançou e a extração é considerada a última opção, fazemos realmente quando não dá para salvar o dente.

Cada dente da gente tem uma função e um motivo de estar ali. Os da frente cortam os alimentos, e os de trás trituram. A perda de apenas um deles pode gerar diversas transformações na nossa boca. "Ah, Doutor, mas eu quero tirar esse dente, é um dos últimos, ninguém vai ver mesmo". É, ninguém realmente vai ver, mas você vai sentir!

Quando realizamos a extração, por exemplo, de um dente inferior lá de trás, um daqueles dentes grandes (os molares) e não preenchemos o espaço onde ele estava, seja com algum implante ou prótese, o dente superior que encostava nele durante a mastigação tende a descer, ele vai fazendo isso aos poucos, pois vai perdendo a sua função que era ocluir com o seu "parceiro" inferior, ele precisava dele para uma oclusão ideal. E, com o passar dos anos, esse dente superior que começou a descer vai gerar ainda mais problemas, como sensibilidade devido à exposição de sua raiz.

Outra alteração é a dos dentes que estavam ao lado desse que foi perdido, pois começarão a invadir o espaço que foi deixado, ficando tortos e formando um drástico desequilíbrio oclusal. A tendência é dor, alteração fonética, dificuldade de se alimentar, perda óssea na região, mobilidade em outros dentes e, claro, baixa autoestima e dificuldade de socialização.

Sei que, em muitos casos, não é culpa do paciente, mas é fundamental abordarmos temas sobre prevenção e o cuidado com a saúde oral para que se evite ao máximo essas situações. E, caso aconteça, é necessário buscar o quanto antes o tratamento mais adequado.

 

Otelino Filho Braga

Dentista

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