A desestigmatização do câncer

Escrito por Aurillo Rocha ,

Aquela doença ou apenas CA. Até bem pouco tempo o câncer era tão estigmatizado que sua denominação era restrita aos profissionais de saúde. Pacientes e familiares temiam pronunciar a palavra que se originou do grego "karkinos" e significa caranguejo. A aparência das veias da região afetada pelas células cancerosas é semelhante às patas do crustáceo.

As formas de lidar com o câncer, que não deve ser sentença de morte, dependem do esforço de profissionais da saúde, gestores públicos e privados e da população em aprender e aplicar o conhecimento. A troca de informações científicas é um dos principais ganhos proporcionados por eventos como o 3º Simpósio Multidisciplinar de Oncohematologia e Imunoterapia, que acontece entre 1º e 3 de outubro, de forma online e gratuita.

A atualização constante sobre o tratamento oncológico traz benefícios efetivos. Houve avanços nas condutas, o que leva ao atendimento personalizado e à relação mais humanizada dos trabalhadores da saúde com quem enfrenta o câncer. Lidar com gente, sabendo que cada paciente tem nome e história únicos, é um aprendizado constante.

O Instituto Nacional do Câncer estima 625 mil novos casos da doença em 2020, dos quais 27 mil no Ceará. Iniciativas como o Outubro Rosa, campanha que alerta sobre o câncer de mama, são fundamentais para desestigmatizar a doença. O autocuidado é condição importante para a redução de casos.

Hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e atividades físicas, além de evitar cigarro e bebida alcoólica, estão entre as principais recomendações. Essas medidas, assim como evitar a exposição a fatores ambientais de risco, precisam ser ainda mais difundidas. Enfrentar o problema requer, sobretudo, não ter medo de conhecê-lo.

Aurillo Rocha

Oncologista

Consultor pedagógico
Davi Marreiro
16 de Abril de 2024