250 anos de Beethoven

Escrito por Paulo Avelino ,

Todos já ouviram o Sol-Sol-Sol-Miiiiiii inicial, ou ao menos muita gente. De roqueiros a violinistas, o compasso inicial da Quinta Sinfonia se metamorfoseou em sinônimo de música erudita, para delícia dos conhecedores e tédio para quem crê que tal gênero musical se resume a pouco mais do que isso. 

Ninguém sabe quando Ludwig van Beethoven nasceu. Consta, no entanto, um registro de seu batismo em uma paróquia na cidade de Bonn, Alemanha, do dia 17 de dezembro de 1770, e são os 250 anos desse batismo que se celebram agora. O governo alemão e a cidade de Bonn já tinham há tempos declarado 2020 o Ano de Beethoven, evidentemente com parte de seu brilho empanado pela Pandemia. 

Nem as tragédias do cotidiano conseguem eliminar, porém, o fulgor daquele que para muitos é o maior dos compositores clássicos. De pequenas peças para piano nas quais tropeçam os aprendizes iniciantes às ousadias vocais da Nona Sinfonia, parece haver um Beethoven para todos os gostos musicais eruditos. 

A vida de Beethoven compete com sua obra em termos de interesse do público. Pululam lendas, parte delas reais. Homem sofrido, fala-se da sua progressiva surdez, a suprema tragédia para um músico, que o teria feito compor suas últimas obras meramente com base na memória. Homem romântico, especula-se quem teria sido o grande amor de sua vida (Minha Amada Imortal). Homem predestinado, alardeia-se os abraços que teria dado em Mozart, como antecessor, e Liszt, como sucessor. Homem irritante, diz-se que era a suprema amolação dos vizinhos em Viena. 

Sua música já atravessou guerras, pandemias e outras tragédias nestes dois séculos e meio. Mais que a música, os admiradores da sua música também atravessaram. A arte de Beethoven permanece como mensagem de beleza, e por isso mesmo, de esperança. E talvez isso faça seu aniversário ser ainda mais necessário, nesses tempos de expectativa e esperança. 

Paulo Avelino 

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Davi Marreiro
16 de Abril de 2024