200 anos de Napoleão

Escrito por Paulo Avelino , sociedade@paulo.avelino.nom.br

Ele é uma das poucas pessoas da história que se conhece pelo prenome. Ninguém precisa informar o seu sobrenome Bonaparte para saber que se trata do militar, político, Cônsul, Imperador reinante e finalmente Imperador exilado francês.

Napoleão Bonaparte ou Imperador Napoleão I faleceu há quase exatos duzentos anos, no dia 5 de maio de 1821, na ilha de Santa Helena, no meio do Atlântico, o pedaço de terra mais afastado de outros pedaços de terra.

Tem muito a ver com o Brasil. Goste-se ou não dele, Napoleão tem muito a ver com muito do mundo atual. Com o Brasil a ligação é clara. O advento do general francês e suas sucessivas guerras pela Europa desuneraram o relativamente tranquilo bolo da Ordem aristocrática, com cada país encimado por uma família real apoiada por uma nobreza proprietária de terras.

No Reino Português ocasionou uma cadeia de eventos que principiou na fuga da corte lusitana para a colônia nas Américas e terminou com a independência formal dessas últimas, com o nome de Brasil, pouco mais de uma década depois.

Há muito o que se detestar em Napoleão. O matador frio, que não se importava em mandar homens para guerras para perseguir seus objetivos. O arrivista vulgar, deslumbrado com o luxo que conseguira, e que com muito nepotismo concedeu poder e dinheiro à sua família. O manipulador calculista, que utilizava presentes e ameaças contra outros políticos. O repulsivo círculo de bajuladores que mantinha, tão bem retratado por Tolstoi em “Guerra e Paz”.

Há também o que se admirar em Napoleão. Manteve muitas das conquista da Revolução, como o Código Civil, que concedeu direitos igualitários de herança, e não só manteve como capitalizou a popularidade da reforma agrária feita pelos revolucionários. Além do apoio às ciências e artes, como aos matemáticos Laplace e Fourier, esse último hoje célebre por ter descoberto o aquecimento global. E também a estruturação dos tribunais administrativos, o princípio desse hoje importante ramo do Direito.

Não cabe só celebrar Napoleão, nem mesmo só execrá-lo, mas lembrar quais direitos que ele e a Revolução que o precedeu nos deram, e que precisamos sempre defender.

Paulo Avelino
Administrador

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