A pátria

Hoje, o Dia 7 de Setembro. Vibra no ar, em todo o País, a atmosfera de civismo. Somos todos patriotas! A Pátria é nossa.

Será?

Temos noção de que um dia foi proclamado “O Grito do Ipiranga?”. De sã consciência lembramos que “Da cabeceira à sua foz/ O Ipiranga desliza muitas milhas/ Entre alas de bambu,/ Sob arcadas de baunilha/ E coroas de orquídeas e cipós// E as suas águas cantam,/ Sempre a rolar...”

Estamos distantes de tudo. Sobra muita confusão em defesa da Pátria. Despertamos “e o ribeiro todo é uma longa serpentina/ Descobrindo-se em direção ao mar”. Não, mil vezes não! 

Como se vê, diariamente, a política vem minando a beleza de ser patriota e “O Ipiranga cisma, agora, embalado/ Por uma suave saudade do passado...”. 

Respiramos profundamente ao lembrar que “Em um dia muito azul,/ muito cheio de sol,/ Acampou numa das suas margens/ Uma cavalaria de escol./ A poesia e a pátria têm certa harmonia. Sons de “mil pássaros trinando, alegremente,/ Rasgavam o espaço, doidamente,/ Em alados/ Bailados// De longe, / Entre nuvens de pó, / Alguém se aproximava,/ A galopar.../ E um mensageiro chegou, / Trazendo a todos/ Notícias insolentes de além-mar”.

Relembramos que “Houve ansiedade na tropa, / Mas, impávido, / príncipe comandou, com veemência/.../ E erguendo as lanças para o céu/ Num instante,/ A cavalaria formou, em continência...” // E o regato ouviu/ então, um grande grito... / Tão grande e forte/ Que num momento, Levado pelos clarins eólios do vento, / Repercutiu no Brasil, / De sul a norte, / E ainda hoje vibra, / Inteiro, / No coração de cada brasileiro: / Independência ou Morte!”.

A crônica deste sábado de Independência foi inspirada nos versos de José Maria Mendes, o poeta e, com carinho, meu pai, ora no outro lado da vida.


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