Volume de atividades turísticas cresce 85,4% no Ceará em agosto, mas ainda não recupera perdas

De acordo com o IBGE, o avanço foi o maior entre as unidades pesquisas para o mês, mas não superou as quedas somadas ao longo do ano, que chegam a 44,2%

Escrito por Redação ,
Legenda: Se comparado a agosto de 2019, o volume de atividades turísticas cearenses caiu 49,1%, sexta taxa negativa seguida
Foto: Arquivo

O volume de atividades turísticas no Ceará apresentou um avanço de 85,4% em agosto, ante a queda de 29,2% em julho. O resultado de agosto foi o maior do País entre todas as unidades da Federação e ainda registrou o maior crescimento já visto na série histórica, contabilizada desde 2011, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) nesta quarta-feira (14).

A pesquisa revela que mesmo com o crescimento de agosto, o resultado ainda não recupera as perdas contabilizadas ao longo do ano, que de janeiro a agosto registra queda de 44,2%. Em nota, o IBGE aponta que os números são um reflexo das medidas que precisaram ser adotadas em decorrência da pandemia da Covid-19.

"O indicador ainda não recuperou as perdas ao longo deste ano, reflexo do fato de que as medidas preventivas ao rápido espalhamento da COVID19 (como o estímulo ao isolamento social) terem atingido de forma mais intensa e imediata boa parte das empresas que compõem as atividades turísticas, principalmente de transporte aéreo de passageiros, restaurantes e hotéis que interromperam as atividades devido à pandemia", pontua o IBGE, em nota. 

Se comparado a agosto de 2019, o volume de atividades turísticas cearenses caiu 49,1%, sexta taxa negativa seguida. Segundo o IBGE, o resultado foi pressionado, principalmente, "pela queda na receita de empresas que atuam nos ramos de restaurantes; hotéis; transporte aéreo; rodoviário coletivo de passageiros; serviços de bufê; agências de viagens; e locação de automóveis".

Outros serviços

Os outros serviços apresentaram um avanço de 3,8% no seu volume de serviços em agosto. O resultado é superior ao observado no mês anterior, que registrou queda de 1,4% em julho. Assim como nas atividades turísticas, a alta não foi suficiente para recuperar as perdas entre fevereiro e maio. 

Veja o volume dos serviços mês a mês:

Janeiro: 1,2%
Fevereiro: -1,3%
Março: -4,2%
Abril: -21,8%
Maio: -0,2%
Junho: 5,1%
Julho: -1,4%
Agosto: 3,8%

Grupos

Mesmo com uma variação positiva, os cinco grupos pesquisados pelo IBGE, registraram variação negativa no comparativo em relação ao igual período do ano anterior. O maior destaque vai para os serviços prestados à família, que acumula queda de 45,5%.

Apesar da retração, o IBGE aponta que "o setor vem em trajetória de crescimento desde maio, quando registrou maior queda do ano, no comparativo com o ano anterior". Também registraram queda: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio ( 27,1%), outros serviços ( 6,4%),  serviços profissionais, administrativos e complementares ( 5,3%) e serviços de informação e comunicação ( 2,8%).

Em relação a agosto de 2019, o volume de serviços recuou 17,6%, sétima taxa negativa seguida nessa base de comparação. No acumulado em 2020, a queda é de 15,5% e no acumulado dos últimos 12 meses, o recuo é de 9%. Para o IBGE, o indicador mantém a trajetória descendente iniciada em abril e chegando próximo aos resultados atingidos em março de 2018, quando o resultado foi de -9,1%.

Receita Nominal

A pesquisa aponta que com os resultados vistos, o Ceará apresentou o segundo melhor avanço para a receita nominal do País, com 50,1% para as atividades turísticas em agosto. O estado ficou atrás apenas da Bahia, que teve um crescimento de 52,1% na receita turística.

Mesmo assim, de janeiro a agosto, o Ceará ainda acumula perdas de 42,4% em sua receita. Já nos outros serviços, o Estado apresentou um avanço de 4,5% na receita e também soma perdas no acumulado ao ano, de 14,3%.

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