Venda de imóveis salta 51% na RMF

No mês, o volume geral de vendas na RMF foi de R$ 166 milhões, e no acumulado do ano chegou a R$ 1,5 bilhão

Escrito por Redação ,
Legenda: Otacílio Valente e Ronaldo Barbosa, respectivamente, presidente e diretor da construtora Colmeia

Em setembro, o número de imóveis vendidos na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) apresentou um crescimento de 26% na comparação com setembro do ano passado. No mês, foram comercializadas 209 unidades, totalizando um volume geral de vendas (VGV) de R$ 166 milhões, valor 51% superior ao mesmo mês de 2016 (R$ 110 milhões). Já no acumulado de janeiro a setembro, embora as vendas gerais tenham apresentado crescimento de apenas 0,1% (1.935 unidades), em relação ao mesmo período do ano passado (1.933 unidades), o VGV avançou 21%, totalizando R$ 1,5 bilhão, ante R$ 1,2 bilhão em 2016. Os números de vendas gerais do mercado incluem os residenciais verticais, residenciais horizontais, salas comerciais e segunda moradia.

Além da valorização dos imóveis no período, o incremento no VGV foi causado pela redução dos descontos médios na venda. Segundo Ricardo Bezerra, sócio-diretor executivo da Lopes Immobilis, a expectativa do setor imobiliário é fechar o ano de 2017 com mais de R$ 2 bilhões em vendas. "Se a gente atingir esse resultado vamos ter um crescimento em torno de 10% acima do ano passado", disse. "As vendas até setembro já são superiores a de todo ano de 2016". Os dados foram apresentados na manhã de ontem (11), durante o Flash Imobiliário, promovido pela Lopes Immobilis.

Segundo Bezerra, os números do setor já refletem a melhora da confiança tanto do consumidor como dos empresários, mas o que vem impulsionando as vendas é, sobretudo, a queda das taxas de juros. "O juro baixo salvou o mercado imobiliário e, por isso, estamos crescendo", disse. "A economia continua com dificuldade, mas num cenário de redução de juros, que deve continuar pelos próximos meses, o consumidor busca opções com maior rentabilidade e o imóvel é o grande atrativo para esses novos investimentos".

Ranking

Durante o Flash Imobiliário foi apresentado o ranking das construtoras que mais venderam no terceiro trimestre. Em primeiro lugar ficou a Construtora Colmeia, com R$ 122 milhões. Em seguida aparecem a C. Rolim Engenharia (R$ 80 milhões); Novaes Engenharia (R$ 76 milhões); Moura Dubeux (R$ 32 milhões); e BSPAR (R$ 29 milhões), respectivamente.

Recuperação

Segundo Marcos Novaes, sócio-diretor da Novaes Engenharia, a indústria da construção civil já vem sentindo sinais, ainda tímidos, de recuperação que têm refletido na diminuição dos estoques e em novos lançamentos. "Já está claro que a economia se descolou da política e os primeiros sinais começam a ser perceptíveis em todas as indústrias", diz. "A nossa indústria tem uma recuperação tradicionalmente lenta, mas esse crescimento, embora em menor velocidade, será extremamente sustentável".

Residencial vertical

Em setembro, as vendas no segmento residencial vertical, principal segmento do mercado imobiliário local, somaram 176 unidades, 41% acima do mesmo mês em 2016 (125 unidades), em VGV o crescimento foi de 69% no mesmo período, passando de R$ 86 milhões em setembro de 2016 para R$ 145 milhões. No acumulado de janeiro a Setembro, o número de unidades vendidas de residenciais verticais cresceu 8% (1.593 unidades), enquanto o VGV subiu 34% (R$ 1,3 bilhão).

Estoques

Na passagem de agosto para setembro, os estoques na RMF apresentaram queda de 1,4% e no acumulado do ano a redução foi de 10%.

Em setembro, haviam 6.947 unidades em estoque, sendo 4.818 de residenciais verticais, 1.390 de comerciais, 414 de segunda moradia, e 325 de residenciais horizontais. O valor dos imóveis em estoque equivale a R$ 4,7 bilhões.

"Temos que fazer um trabalho ainda grande para que a gente tenha os estoques em um patamar inferior", diz Novaes. Segundo ele, o ideal, no Brasil, é ter o equivalente a um ano de vendas em estoque e Fortaleza conta hoje com um patamar entre um ano e meio e dois anos.

"No ano passado a gente estava com quase três anos de estoques, então a gente tem que ter cautela para fazer os lançamentos de acordo com a demanda", diz Novaes. Para Ricardo Bezerra, de modo geral, os indicadores de setembro indicam uma virada no mercado imobiliário de Fortaleza.

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