Temer lançará pacote com 10 medidas contra crise

Conselheiros do presidente, segundo O Globo, teriam passado a defender ajustes na economia e a substituição do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles

Escrito por Redação ,

O presidente Michel Temer deverá lançar um pacote de dez medidas "microeconômicas nos próximos dias, de acordo com o jornal carioca O Globo. Segundo a publicação, os principais conselheiros e aliados políticos de Temer passaram a defender ajustes urgentes na economia para combater a recessão e a substituição do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, medida que teria sido rechaçada pelo presidente.

Em entrevista ao periódico, Temer disse que "falar em troca de ministro da Fazenda agora não é um desserviço apenas ao governo, mas ao País". "Por isso, quero desfazer de forma contundente, categórica, todas as iniciativas danosas nesse sentido", afirmou o presidente.

Ainda assim, o presidente teria reconhecido a existência de "movimentações" pela substituição de Meirelles, ressaltando que nenhum de seus interlocutores apresentou objetivamente o tema a ele.

"O que tem havido, e isso não posso negar, são ponderações no sentido de que o governo, pelo curto espaço que tem, não pode esperar de braços cruzados a retomada do crescimento econômico, prevista somente para o segundo semestre do próximo ano. Concordo, mas aviso: essa tem sido também uma preocupação constante não só minha, mas principalmente do ministro da Fazenda", apontou Temer ao jornal.

Segundo apuração do Globo, os mais veementes defensores da saída de Meirelles seriam os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Renan Calheiros, respectivamente, o ex-ministro Romero Jucá, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, e os senadores tucanos Aécio Neves e Tasso Jereissati.

Taxa de juros

Descontentes com a demora dos resultados sobre a recessão, mesmo reconhendo as credenciais do presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, argumentam que ele estaria promovendo uma redução da Selic mais tímida do que a realidade exigiria, aponta o o jornal. Outro problema seria que Goldfajn estaria excessivamente concentrado em devolver a inflação para o centro da meta de 4,5% no fim de 2017, “ainda que, nessa hora, possa não haver mais nem governo Temer nem economia para recuperar”, disse um representante do setor produtivo ao Globo.

A publicação acrescenta ainda que o setor financeiro também estaria se quixando. Para executivos de grandes bancos, o principal motivo de alarme seria a crescente incapacidade das empresas para pagar o serviço de suas dívidas.

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