Rochas: 18 empresas capixabas têm interesse em operar no Pecém

Após visita de representantes da ZPE Ceará para captar investimentos, 18 empresas já teriam se manifestado positivamente. Negociações, no entanto, ainda são iniciais - Governo fará nova investida em encontro

Escrito por Redação ,
Legenda: Prospecção tem como alvo empresas que já possuem operação de jazidas no CE
Foto: Natinho Rodrigues

Ao menos 18 indústrias capixabas de beneficiamento de rochas ornamentais já demonstraram interesse em se instalar na Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE Ceará), segundo informações da Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp SA).

O demonstrativo é resultado de uma primeira investida, ainda em janeiro, quando representantes da companhia se reuniram com a diretoria do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Espírito Santo (Sindirochas-ES).

O presidente da ZPE Ceará, Mário Lima, ressalta que a prospecção de investidores está concentrada em empresas que já possuem operação de jazidas no Ceará ou que compram granito cearense. “Esses industriais são potenciais investidores para a ZPE. É uma questão de logística. Eles extraem aqui no Ceará, levam para o Espírito Santo para realizar o beneficiamento e depois trazem de volta para que sejam exportados a partir do Pecém. Os custos de produção seriam reduzidos significativamente”, explica.

O presidente do Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos do Estado do Ceará (Simagran-CE), Carlos Rubens Alencar, ainda argumenta que cerca de 30% da rocha são perdidos no beneficiamento. “Transportar um bloco por cerca de 3 mil km até o Espírito Santo sabendo que 30% vão ser jogados fora, é um custo muito alto”, argumenta.

Alencar destaca que, além da questão logística, a instalação na ZPE facilitaria a operação do segmento pela isenção de alguns impostos e a liberdade cambial. “As empresas instaladas na ZPE têm isenção de alguns impostos de importação se for exportar o produto novamente. Outro atrativo é a liberdade cambial. Poder faturar e receber em qualquer lugar do mundo facilita muito as operações, até a compra de uma máquina, por exemplo”.

Negociações

Mário Lima revela que as negociações ainda vão exigir muita articulação para se concretizarem. Em uma segunda investida, a ZPE Ceará participa, a partir de hoje (11), da Vitória Stone Fair 2020 – feira internacional do mármore e granito – no Espírito Santo. “Estamos com um plataforma de informações sobre o assunto no nosso sistema. Também teremos num café da manhã assessores que auxiliam a classe empresarial nos setores financeiro e jurídico. Daremos informações objetivas sobre o sistema de incentivo na ZPE”.

Lima está otimista com a captação. “A economia brasileira parte para uma estabilidade, a taxa de juros favorece investimentos; além disso, temos uma redução no risco de investimentos”.

Alencar também compartilha do otimismo e lembra que, em 2016, cerca de 15 empresas capixabas já haviam assinado uma manifestação de interesse em se instalar no Pecém. “Algumas delas expandiram sua atuação no Ceará de lá para cá. Então, o que as fez se interessar em 2016 deve estar ainda mais forte hoje. No começo do próximo ano, quando a expansão da ZPE estiver pronta, devemos ter empresas de beneficiamento de rochas lá”.

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