Preços de testes para Covid-19 variam de R$ 140 a R$ 460 na Capital

Entre rápidos, laboratoriais e PCR, os resultados podem demorar de 10 minutos até 10 dias úteis para ser disponibilizados. Opções mais baratas exigem que o paciente tenha mais tempo de sintomas

Escrito por Redação ,
Testes rápidos oferecidos em farmácias podem identificar a presença de anticorpos
Legenda: Testes rápidos oferecidos em farmácias podem identificar a presença de anticorpos
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

Testes com diferentes métodos, preços e prazos para identificar a Covid-19 estão disponíveis à população em farmácias e laboratórios de Fortaleza. O valor, a depender da categoria escolhida, pode variar até 228%, partindo de R$ 140 a até R$ 460, conforme pesquisa direta aos estabelecimentos que os ofertam realizada pelo Sistema Verdes Mares. São três: o rápido, o sorológico e o PCR.

Em geral, quanto mais barato for o teste, mais tempo é necessário desde que o paciente tenha identificado os primeiros sintomas para que ele funcione adequadamente. Isso ocorre porque o teste rápido, categoria de menor preço, oferecida normalmente pelas farmácias, identifica a presença de anticorpos no organismo do paciente, o que só pode ser verificado a partir de 14 dias após a percepção dos primeiros sinais de infecção.

Veja também

O exame fornecido pelas farmácias foi apelidado de "teste rápido" pela agilidade no resultado: entre 10 e 30 minutos a partir da coleta de sangue. O custo para quem decide realizá-lo varia de R$ 140, na farmácia Drogasil, se for agendado e realizado no drive-thru ou nas dependências da farmácias, a R$ 273, na farmácia Pague Menos, se o paciente optar por realizar o exame em domicílio, dentro de um prazo menor, atrelado à taxa extra de locomoção.

Mais caro que a primeira opção, mas que também identifica a presença de anticorpos, o teste sorológico de menor valor encontrado custa de R$ 240, tanto no laboratório Clementino Fraga, onde a espera pelo resultado é de três dias úteis, como no LabPasteur, onde o tempo estimado é de seis dias úteis. O laboratório Emílio Ribas oferece o exame com resultados em um tempo mais curto, de dois dias úteis, a R$ 370.

A recomendação para ambas opções é esperar os 14 dias desde a manifestação do primeiro sintoma para identificar a presença de anticorpos, conforme explica o gerente de laboratório da Unimed Fortaleza, Josué Batista dos Santos Júnior. "O teste sorológico, IgM e IgG, detecta anticorpos ao invés do vírus. O ideal é que seja feito em um prazo mais extenso, pelo menos 14 dias após o primeiro sintoma. Assim a assertividade fica mais alta", explica.

De acordo com o infectologista Afonso Bezerra, a diferença está na forma como é colhido e analisado o material. "Sorologia e teste rápido são semelhantes, eles detectam as mesmas substâncias, só muda a maneira. Um é feito com um pequeno recipiente, onde você coloca a amostra de sangue ou soro. No outro, a técnica é um pouco mais demorada, mas basicamente é possível encontrar a mesma coisa", explica o médico.

testes

Agendamento

Com a grande demanda por testes rápidos, o prazo de espera ainda é impreciso. Na farmácia Santa Branca, por exemplo, onde o teste custa R$ 189, o agendamento deve ser feito pelo WhatsApp e o resultado sai em até 30 minutos.

De acordo com a empresa, a necessidade de marcar o horário é para evitar aglomeração no interior do estabelecimento, mas há disponibilidade para o mesmo dia, em diversos horários.

Também é possível fazer o exame sem precisar agendar antecipadamente. O serviço é oferecido pela Extrafarma, por R$ 200. A única exigência é que o paciente tenha apresentado os sintomas há, pelo menos, oito dias. Neste caso, pode optar pelo drive-thru ou ambulatório da farmácia.

Início dos sintomas

Para pacientes que ainda estão nos primeiros dias de sintomas, outra abordagem é mais indicada pelos especialistas. Nela, o teste procura detectar a presença do material genético (RNA) do vírus. Por isso, o PCR precisa ser realizado entre o terceiro e o sétimo dia após a percepção dos sintomas, garantindo a melhor eficiência do resultado.

"O teste de PCR é um exame que identifica a presença do vírus no organismo. O ideal é que seja realizado entre os dias 3 e 7, após o início dos sintomas. Dessa forma, a assertividade desse exame depende do momento em que é realizada a coleta. Se feito no período indicado, a assertividade chega a 95%, sendo o mais confiável para detectar a presença do coronavírus", explana o gerente da Unimed.

Este é o procedimento normalmente adotado por hospitais e laboratórios. O menor preço encontrado foi de R$ 330, no laboratório Clementino Fraga, onde é necessário esperar dez dias úteis para ter acesso ao resultado. Ele é seguido pelos laboratórios Argos, Emílio Ribas e Hipólito Monte - os três cobram R$ 350 para realizar o teste, com o prazo de espera estimado de dois, de oito e de cinco a sete dias úteis, respectivamente.

O resultado mais rápido pode ser obtido no LabPasteur:um dia útil, pelo valor de R$ 387,50. Para ter acesso ao exame, é preciso que um médico faça a solicitação e atender o pré-requisito de no mínimo 3 dias de sintomas.

O serviço de PCR em domicílio é oferecido por três empresas: Emílio Ribas, por R$ 415; Clementino Fraga, com uma taxa extra de R$ 60, da qual idosos são isentos e Argos, pelo valor fixo de R$ 460.

No laboratório Hipólito Monte, é possível fazer os dois tipos de exame: PCR e "teste rápido", que identifica a presença de anticorpos no paciente. Ambos custam R$ 350 - o primeiro demora de cinco a sete dias úteis para disponibilizar o resultado, enquanto o segundo leva até 3 horas. É necessário atentar ao tempo em que o paciente está com sintomas para escolher o teste adequado à situação do paciente.

Casos

De acordo com os dados disponibilizados pela plataforma IntegraSUS, do Governo do Estado, nesta terça-feira (9), desde o início da pandemia foram realizados 95.713 testes em Fortaleza. Destes, 930 nos últimos sete dias. Os números representam a média de 21,94 exames a cada mil habitantes.

Sobre a ocupação de leitos, as unidades de tratamento intensivo (UTI) de Fortaleza estão com 80,03% da capacidade preenchida. Para as enfermarias, o percentual é de 53,01%, um dos melhores resultados desde que os números começaram a ser registrados pela plataforma, com 52,4%, no dia 29 de abril.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.
Assuntos Relacionados