Pequenas empresas deram 1º emprego para 46% no Estado

Estudo divulgado pelo Sebrae revela que essas empresas abriram as portas para 18.143 pessoas

Escrito por Redação ,
Legenda: O Estado se destaca no Nordeste quando o assunto é a conquista do primeiro emprego em micros e pequenas empresas, atrás apenas da Bahia e Pernambuco

Fortaleza/São Paulo. As pequenas e médias empresas podem ser a "luz no fim do túnel" para quem está a procura do primeiro emprego. De acordo com estudo divulgado ontem (16) pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), esse segmento respondeu, em 2017, pela primeira contratação de 18.143 homens e mulheres no Ceará, número que representa 46% das pessoas contratadas por estabelecimentos formais privados no Estado.

Assim, o estado do Ceará foi um dos destaques no Nordeste na geração do primeiro emprego pelas micros e pequenas empresas, atrás apenas das oportunidades observadas em Pernambuco, com 22 mil postos ocupados por quem está no primeiro emprego e (53,7%) e Bahia, com 29.165 (55,8%).

Entre os empregados pela primeira vez por micros e pequenas empresas em 2017 no Ceará, 9.877 eram homens e 8.266 eram mulheres. Esta é a primeira vez que o levantamento, que se baseia em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) é elaborado. Em seguida, no ranking do Nordeste, aparecem o Maranhão (10.872 vagas); Paraíba (7.457); Piauí (7.038); Rio Grande do Norte (6.500); Alagoas (5.347) e Sergipe (4.921).

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Proximidade é diferencial

Na avaliação do diretor técnico do Sebrae-CE, Alci Porto, um dos fatores que levam as micros e pequenas empresas a se destacarem no primeiro emprego é a proximidade desses empreendimentos dentro dos bairros com os moradores. "É mais fácil esse estabelecimento empregar um jovem recém-formado, com uma família que o gestor conhece, enquanto em uma empresa isso fica mais difícil", diz.

Ele avalia que, enquanto as empresas maiores seguem desempregando para agregar tecnologia, as micros e pequenas, que não conseguem agregar tecnologia na mesma velocidade, "se moderniza, mas não abre mão da relação com as pessoas, ainda mais nos processos produtivos", detalha. "Isso é algo muito fácil de entender, porque o produto que é ofertado pela grande costuma ser feito em série, enquanto o que é oferecido pela pequena leva, muitas vezes, alguma customização, com elementos aplicados até de forma manual", explica Porto.

O diretor técnico do Sebrae acrescenta que a micro e pequena empresa, em geral, é um empreendimento familiar formado por parentes próximos. "Então, quando eles contratam alguém, essa pessoa se torna quase da família. Há uma relação mais humana por parte do empreendedor. E também é algo muito do cearense, ter essa relação próxima com quem se convive e trabalha e isso ajuda a levar ao sucesso que as micros e pequenas tem apresentado no Ceará", finaliza.

Brasil

Em todo o País, a pesquisa aponta que 55% das pessoas que conseguiram seu primeiro emprego em 2017 no país foram contratadas por micro e pequenas empresas. É o equivalente a 775 mil pessoas. Comércio de roupas, sapatos e acessórios, de produtos farmacêuticos e de alimentos contrataram um terço desses trabalhadores.

Recrutar jovens demanda um custo mais baixo, mas exige, por outro lado, que o empreendedor dedique horas a mais para capacitar bem esse profissional."Como o pequeno empresário está muito mais envolvido com o dia a dia do negócio do que donos de grandes empresas, ele deve aproveitar essa chance de treinar a pessoa de perto, do seu jeito", afirma Paulo Fonseca, analista de gestão estratégica do Sebrae.

Fonseca recomenda que em um primeiro momento, o empreendedor se capacite com bons cursos de gestão de pessoas, disponíveis tanto em plataformas à distância quanto em escolas de negócios. Vale também incentivar o profissional a experimentar cursos gratuitos nas áreas de finanças, marketing, planejamento, vendas e o que mais ajudá-lo no dia a dia. Mais tarde, quando esse jovem conseguir assumir responsabilidades sem acompanhamento, aí vale gastar com treinamento fora da empresa.

Quem ainda não tem verba para contratar alguém em tempo integral pode testar funcionários intermitentes e criar uma relação de confiança com eles aos poucos, aponta Fonseca. É útil pedir indicações a amigos e parentes, já que custa caro fazer um processo seletivo formal, comum nas grandes empresas.

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