Ovos de Páscoa: pandemia afeta venda nos supermercados e impulsiona pequenos produtores  

Para que as vendas não fossem interrompidas, os proprietários precisaram adaptar o planejamento e investir no delivery

Escrito por Redação , negocios@svm.com.br
Legenda: Expectativa é de que o setor sofra uma redução de 20% a 30% nas vendas
Foto: Fotos: Henrique Kardozo

Nesta época do ano, as famílias já começam a pensar sobre a compra dos ovos de Páscoa e os supermercados enchem as prateleiras com opções variadas. Porém, em 2020, o cenário está um pouco diferente. Em meio a pandemia do coronavírus, a expectativa é de que o setor sofra uma redução de 20% a 30% nas vendas. Para os microempreendedores, o momento pede novas estratégias de venda, reorganização da equipe de produção e reforço no sistema de delivery.

Segundo o vice-presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Nidovando Pinheiro, os comerciantes estimam comprar para a revenda cerca de 10% a menos do produto em relação ao ano passado. A respeito do preço, ele relata que houve uma redução em decorrência da diminuição do tamanho dos ovos. “Foi uma estratégia das indústrias. Tinha ovos com determinada quantidade que os clientes achavam muito caro”, relata. Os preços devem variar de R$9,90 a R$69, dependendo da marca. Ano passado, a taxa de variação do item chegou a mais de 42%.

Outra consequência é a diminuição da diversidade do produto, tanto nos supermercados quanto nas empresas. A cafeteria Sablé Diamant, que está produzindo apenas encomendas a portas fechadas, precisou cancelar o planejamento da Páscoa deste ano e decidiu focar nos sabores clássicos dos ovos mais vendidos de edições anteriores. Já a estratégia adotada pelo chef Vitor Bossard, proprietário da Bossard Gastronomia, foi mudar a preparação logo quando o coronavírus surgiu. “Eu suspendi a questão de fazer um estoque grande, fiz uma estratégia semanal de compra de ingredientes para ter controle da cadeia de produção”, explica.  

Os planos também mudaram para Gabriela Barbosa e sua mãe, Valéria Barbosa, sócias da Bô Patisserie. Com base no alto lucro com a Páscoa de 2019, a ideia era contratar mais uma pessoa para intensificar a mão de obra, o que acabou não acontecendo por causa das consequências da pandemia.

“A gente aumentou a compra de embalagens e estoque desde o Carnaval, só que agora não lucramos mais de 50% do que foi vendido ano passado”, comentou a empresária.

A falta de contato entre os membros da família durante o período de quarentena é um dos fatores causadores da redução das vendas. Nidovando explica que muitos avós tinham o costume de comprar grandes quantidades de ovos de Páscoa para presentear os netos, o que não deve acontecer neste ano por causa do isolamento social, indicado principalmente para os idosos, que se enquadram no grupo de risco.

Os pequenos empresários, visando interromper a distância, apostam no sistema de delivery para não perder a demanda. Segundo Vitor Bossard, a maioria das encomendas da Bossard Gastronomia são feitas por pessoas que estão isoladas em casas separadas, e os ovos são uma forma de marcar presença e mostrar solidariedade.  

Legenda: Expectativa é de que o setor sofra uma redução de 20% a 30% nas vendas
Foto: Foto: Henrique Kardozo

Segurança na entrega

Mesmo com várias opções de evitar a exposição, a segurança é a principal aliada das entregas. No Sablé, os clientes têm a alternativa de buscar suas encomendas, feitas por telefone, por meio do drive thru, além das entregas feitas de carro pela empresa. Durante o período da Páscoa, alguns produtos estarão disponíveis para liberação em aplicativos de entregas.  

O sistema de rotas de delivery foi adotado pela Bossard Gastronomia, e de acordo com o proprietário, deve atender bem toda a demanda.  As entregas da Bô Patisserie também são feitas de carro ou o cliente pode mandar buscar.  As encomendas que ultrapassam o valor de R$100 estão isentas da taxa de entrega.  

Opções de pagamento  

A preocupação com o contato na hora do pagamento também fez com que alguns hábitos mudassem. Transferências bancárias, pagamentos online via cartão de crédito e até aplicativos, substituíram a compra convencional e estão sendo úteis para diminuir o contágio do vírus sem interromper as vendas.  

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